O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, revelou este domingo, 12 de setembro de 2021, que vai integrar a delegação dos Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que visitará a Guiné-Conacri brevemente, para reunir-se com as novas autoridades após o golpe de estado que derrubou o Presidente Alpha Condé.
O chefe de Estado falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, proveniente da Bélgica, onde se encontrava em visita de quatro dias, e foi recebido na sede da União Europeia e na Organização dos Estados da África e Caraíbas, em Bruxelas.
Embaló disse que foi contatado pelo líder do golpe na Guiné-Conancri, tenente-coronel Mamady Doumbouya, a quem transmitiu a sua posição de condenar a subversão da ordem constitucional naquele país francófono da África Ocidental.
“Creio que fui um dos primeiros Presidentes da sub-região contactado pelos militares golpistas da Guiné-Conacri, mas condenei logo, mostrando a minha posição. Eu disse ao tenente-coronel Doumbouya duas ou três vezes que não compactuo com golpes de Estado”.
Umaro Sissoco Embaló lembrou que, na reunião por videoconferência da CEDEAO, reforçou a posição da Guiné-Bissau de condenar o golpe.
“Vamos realizar brevemente uma reunião presencial dos Chefes de Estado e do governo da CEDEAO para analisar a situação da Guiné-Conacri e encontrar uma solução” disse, acrescentando que a subversão da ordem constitucional não pode continuar na África ocidental.
Embaló diz que sente-se orgulhoso, quando a Guiné-Bissau é solicitada para contribuir na busca de soluções.
“Vamos encontrar com as novas autoridades. É uma questão humanitária, porque o Presidente Alpha tem 90 anos de idade.
Revelou que o foi solicitado pelo Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para convencer os militares a deixar Alpha Condé ir a Turquia para tratamento médico. Também os presidentes do Congo-Brazzaville e da França lhe terão pedido sua intervençao junto dos militares da Guiné-Conacri, por a Guiné-Bissau ser um país vizinho e amigo da Guiné-Conacri.
“Sempre defendi que não existe o inimigo permanente na política. Eu e o Presidente Alpha não temos nenhuma relação ou não gostamos um do outro. mas isso não é problema, porque o interesse dos nossos dois países está acima da nossa relação pessoal”, referiu.
Frisou que hoje não vai falar com o Alpha Condé, porque já não é seu homólogo, informando que vai falar com os militares, reiterando que o golpe é condenável.
“Sou democrata e republicano. A Guiné-Bissau não pactua com golpes de Estado”, afirmou.
Por: Assana Sambú