O membro da direção Superior da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB, Jorge Mandinga, criticou a postura dos dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que, segundo o político, querem assumir a governação do país e serem investidos por um Chefe de Estado que não reconhecem. Jorge Mandinga, fez esta observação à imprensa a saída do encontro de auscultação convocado pelo líder da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, no âmbito dos esforços para encontrar uma solução para crise política e parlamentar.
A iniciativa do presidente da ANP insere-se no âmbito da recomendação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que instou as autoridades e as forças políticas nacionais no sentido de encontrarem uma solução que permita a formação de um governo na base da Constituição da República e respeitando os resultados das eleições legislativas de 10 de março de 2019, ganhas pelos libertadores (PAIGC).
O dirigente dos apuanos reafirmou aos jornalistas que a sua formação política continua fixa no grupo que detém a nova maioria parlamentar, que junta o Partido da Renovação Social (PRS), o Movimento para Alternância Democrática (MADEM) e que de momento aguardam a convocação da sessão parlamentar para provar a sustentabilidade do atual governo. Contudo, mostrou a disponibilidade do seu partido para prosseguir a negociação com os dirigentes dos libertadores (PAIGC) através do Parlamento, para sua eventual inclusão no atual governo.
Explicou que, durante a reunião, o líder da ANP solicitou-lhes para voltarem a negociar com os libertadores na próxima quinta-feira (04 de junho), no Parlamento, para se encontrar uma solução definitiva, tendo frisado que mostraram a Cassamá, que a APU-PDGB está disponível para continuar a negociar.
“Mostramos ao líder da ANP que temos certa dificuldade em perceber o PAIGC, que quer negociar com um Presidente da República e outros partidos políticos com assento no parlamento e por outro lado, continua teimosamente a internacionalizar os problemas da Guiné-Bissau, contestando o reconhecimento de Úmaro Sissoco Embaló pela CEDEAO. Como é possível, eu querer ser membro do governo que será empossado pelo Chefe de Estado que não reconheço!? Ficamos aqui inconformados nessa posição, pensamos que já na quinta-feira, aquando da reunião convocada pelo presidente da ANP, ouviremos uma explicação dos libertadores para essa situação”, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A