O governo da Guiné-Bissau, através do Ministério da Defesa Nacional, rubricou esta segunda-feira, 07 de novembro de 2023, um acordo de cooperação no domínio da defesa com o Governo português, no âmbito da formação de elementos das forças de defesa, treino, manutenção de equipamentos de comunicação, vigília e segurança marítima.
O memorando de entendimento sobre a Missão de Capacitação Portuguesa no país, que foi oficializado no Ministério da Defesa da Guiné-Bissau, abrange diversas áreas de cooperação e foi assinado pelo ministro da Defesa Nacional, Nicolau dos Santos, e pela ministra da defesa de Portugal, Maria Helena Chaves Carreiras.
O documento prevê a formação, ensino, treino e desenvolvimento que “contribuam para a edificação da capacidade operacional da Defesa Nacional e das Forças Armadas da Guiné-Bissau”.
O acordo de cooperação visa também a edificação da capacidade da polícia aérea da Guiné-Bissau, a manutenção de equipamentos de comunicações, a vigilância e segurança marítima nas zonas costeiras e na saúde militar.
Depois da formalização do memorando, o ministro da Defesa Nacional, Nicolau dos Santos, afirmou que o memorando de entendimento assinado no domínio da defesa entre os dois países tem grande significado, uma vez que tem um programa quadro de cooperação que se pretende concretizar no período de 2021/2025.
O governante lembrou que as relações de cooperação com Portugal no domínio da defesa já são relações velhas e anunciou que Bissau e Lisboa estão a tentar alargar e aprofundar ainda mais as relações de cooperação.
“As partes assumiram um compromisso que as expectativas que os dois ministérios da Defesa pretendem ver concretizadas no domínio da defesa são a melhoria de assessorias no âmbito do programa quadro de cooperação para o período de 2021/2025, melhorar a capacidade operacional das forças armadas, desenvolver a capacidade da Polícia Aérea, desenvolver capacidades de manutenção de equipamentos de comunicação, melhorar as ações de vigilância e segurança marítima e melhoria da saúde dos militares”, enfatizou.
O titular da pasta da Defesa Nacional defendeu que um dos desafios do país é transformar as Forças Armadas da Guiné-Bissau numas forças republicanas, tendo admitido que “não será feita sem a qualificação e formação dos militares”.
“Neste âmbito, Portugal vem trazer a sua contribuição para ajudar, acompanhar e assistir a Guiné-Bissau nas áreas da política da defesa marítima, da saúde militar, da polícia aérea e em várias outras áreas”, disse.
Por sua vez, a ministra da Defesa de Portugal, Helena Carreiras, afirmou que é uma cooperação que vai dar frutos nas áreas da política da defesa marítima, da saúde militar, da polícia aérea como também noutras áreas, mas sobretudo na área da capacitação e treino conjunto para a participação em missões de paz, no âmbito da CPLP.
A governante de Portugal assegurou que o seu país continuará a cooperar com Bissau no âmbito trilateral, trazer a Guiné-Bissau os meios no quadro da missão mar aberto.
Helena Carreira informou ao seu homólogo guineense que Portugal pode “responder positivamente” a um pedido recente da Guiné-Bissau no sentido de fornecer carta geográfica necessária para um trabalho em curso.
“É gratificante desenvolver a cooperação entre os países amigos, irmãos e entre os povos. Neste momento, as guerras no mundo deixam os países muito preocupados com o futuro da paz “
Segundo o governo português, no âmbito da cooperação já em curso, decorrem atualmente ações de treino operacional de navegação das embarcações.
A Marinha Portuguesa anunciou ter disponibilizado, também, à Marinha da Guiné-Bissau duas embarcações de alta velocidade para atividades de reforço da segurança e da autoridade do Estado no mar, nomeadamente ações de fiscalização conjunta das águas sob soberania ou jurisdição da Guiné-Bissau.
Por: Carolina Djemé