A Embaixada dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau e o Senegal confirmou a chegada dos quatro cidadãos estrangeiros condenados na Guiné-Bissau a 17 anos de prisão, por tráfico de drogas.
Os quatro cidadãos estrangeiros condenados foram extraditados na manhã de quarta-feira, 16 de abril de 2025, para os Estados Unidos da América.
Em nota divulgada à imprensa a que o jornal O Democrata teve acesso, a Embaixada dos EUA informou que os reclusos já fizeram a sua primeira aparição esta sexta-feira, 18 de abril, no Tribunal Federal de Fort Lauderdale, Flórida, sobre acusações de tráfico de drogas, depois de a Guiné-Bissau os ter entregue aos Estados Unidos em 16 de abril.
“Ramon Manriquez Castillo, 68 , um cidadão americano e mexicano, Edgar Rodriguez Ruano, 29, um cidadão mexicano, Fernando Javier Escobar Tito, 48, um cidadão equatoriano e Anderson Jair Gamboa Nieto, 30 anos, um cidadão colombiano, fizeram suas primeiras aparições hoje no tribunal federal de Fort Lauderdale, Flórida, sobre acusações de tráfico de drogas depois que a República da Guiné-Bissau os entregou aos Estados Unidos a 16 de abril”, pode ler-se no comunicado da embaixada.
De acordo com a embaixada, uma acusação “do grande júri federal não fechada” hoje acusou os réus de conspirarem para distribuir “grandes quantidades de cocaína”, através da Colômbia, Venezuela, México, Bahamas e Guiné-Bissau, usando um avião registado nos EUA, com um cidadão dos EUA a bordo, de novembro de 2023, a setembro de 2024.
“Também os acusa de distribuir cocaína nesses países, usando um avião com um cidadão dos EUA a bordo”, reforçou a mesma nota na posse de O Democrata.
Os cidadãos em causa são dois mexicanos, um colombiano e um equatoriano, que foram detidos em Bissau, em setembro de 2024, a bordo de uma aeronave com 2,6 toneladas de cocaína.
Fato que a Embaixada realçou, lembrando que a operação foi concluída devido à “forte e contínua colaboração entre o Governo da Guiné-Bissau, a Polícia Judiciária, os EUA através da Drug Enforcement Administration (DEA), o FBI WFO, os EUA Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento de Justiça e os EUA”
A operação da extradição terá sido conduzida por uma equipa da Agência Americana de Combate às Droga, que fez aterrar um avião no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, para levar os quatro condenados, segundo a Rádio Capital FM.
Um dos advogados de defesa contactado pela CFM disse desconhecer o processo que levou à extradição dos seus constituintes, afirmando que tudo foi feito sem o seu conhecimento.
Segundo apurou a Rádio Capital FM, a extradição dos quatro cidadãos estrangeiros foi presenciada no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira por elementos da Polícia Judiciária (PJ) guineense e do Serviço de Informação e Segurança (SIS), sendo que o avião em que seguiram estava sob forte proteção de homens armados, vindos dos Estados Unidos da América.
Ao todo foram cinco pessoas condenadas, em janeiro deste ano, numa operação conhecida por “LANDING”. Mas o cidadão brasileiro, também condenado no caso, Marcos de Paula Balcaçar, morreu em março passado, por complicações de saúde e os seus restos mortais ainda se encontram na morgue do Hospital Nacional Simão Mendes.
Refira-se que no passado 8 de abril, o Tribunal da Relação confirmou a pena de prisão de 17 anos a que os réus tinham sido condenados pelo Tribunal Regional de Bissau.
Por: Filomeno Sambú
