Presidente da República, José Mário Vaz, afirmou na sexta-feira, 08 de setembro 2017, que acredita que é possível desenvolver a Guiné-Bissau sem, no entanto, tocar ou explorar os recursos naturais que o país dispõe como bauxite, petróleo e fosfato, se o país apostar seriamente na agricultura através da criação de “condições” que permitam uma boa produção a nível de todo o território.
Para o Chefe de Estado, ‘o mais importante’ neste momento é o entendimento entre os guineenses, tendo lembrado que o líder da guerra de libertação nacional, Amílcar Cabral, dizia sempre: ‘na unidade é que a Guiné ia ganhar a luta’, conseguiu-se ganhar a luta na base da unidade. Por isso, defende que “é chegada a hora de pararmos com toda a puxa-puxa e refletirmos sobre o nosso país, devemos unir as cabeças e pusermos mão à obra para desenvolvermos esta terra, que tem toda a condição de tornar-se um grande país”.
José Mário Vaz que falava à imprensa depois de terminar visita nas “bolanhas” de arroz de Cumebo, setor de Catió, região de Tombali no sul do país. Fazendo o balanço da visita de trabalho que efetuou a quatro regiões da Guiné-Bissau, nomeadamente, Bafatá, Gabú, Quínara e Tombali para inteirar-se das dificuldades dos agricultores bem como das situações das bolanhas. Uma iniciativa que o Chefe de Estado pretende levar a todo o território nacional para apoiar o programa de segurança alimentar na Guiné-Bissau que visa lutar contra a fome.
Durante a visita, o Presidente da República fez-se acompanhar do titular da pasta de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nicolau dos Santos, ministro do Estado do Interior, Botche Candé, representante do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) bem como de elementos do seu gabinete e conselheiros.
A visita iniciou com a oferta de quatro toneladas de arroz aos camponeses de N’Salma, setor de Nhacra, região de Oio, como apoio alimentar para os trabalhos agrícolas.
José Mário Vaz seguiu-se direto para a região de Gabú, concretamente no sector de Pitche, onde visitou as bolanhas do regulado de Dara que depara com a situação da inundação. Chefe de Estado acompanhado de uma grande comitiva percorreu algumas zonas da produção de arroz para constatar “in loco” a real situação em que trabalham os agricultores.
Prosseguiu com a visita para aldeia de Quatchi, onde visitou igualmente as bolanhas inundadas por fortes chuvas. A Bolanha de Porto Quatchi, setor de Pitche é uma vasta área, mas é pouco explorada por camponeses que alegam a falta de meios, sobretudo tratores para o cultivo. Mais de 200 pessoas de diferentes aldeias cultivam a localidade, incluindo funcionários da administração local.
A comitiva do Presidente José Mário Vaz, visitou também um campo de produção de bananas e outros produtos, pertencente ao cidadão, Joaquim Lobo de Pina, na povoação de Amedalai (regulado de Bassum), setor de Bambadinca, região de Bafatá, no leste do país.
JOMAV APOIA CAMPONESES DE NDJASSAN A CULTIVAR A BOLANHA COM TRATOR
Já no segundo dia da visita, a comitiva dirigida pelo Chefe de Estado, deslocou-se à povoação de Ndjassan, setor de Fulacunda, região de Quínara, onde o Presidente da República, visitou o campo de produção e ajudou os produtores a cultivar o arroz. A estrada que liga a cidade de Buba e aldeia Ndjassan se encontra num estado avançado de degradação, sobretudo o troço que liga a pequena aldeia e a zona da bolanha que está totalmente danificada. A comitiva teve que parar no meio e seguir de pé até a bolanha.
José Mário Vaz, desceu no campo e ouviu os camponeses que lamentaram a chegada tardia do trator bem como a falta de apoios de produção.
José Mário Vaz deslocou-se ainda à região de Tombali e visitou a bolanha de Cubumba, para demostrar o seu apoio aos agricultores que aproveitaram da presença do Presidente da República e do ministro de Agricultura para pedir ajuda em termos de condições de trabalho.
Na bolanha de Cumebo, setor de Catió, José Mário Vaz, Ministro de Agricultura, Nicolau dos Santos e Ministro do Interior do Estado, Botche Candé, pegaram no arado (um instrumento de lavoura) em gesto de solidariedade para com os camponeses.
Em jeito de balanço de visita de dois dias as quatro regiões do país, José Mário Vaz disse na sua declaração à imprensa que acredita que a Guiné-Bissau tem um futuro, mas para isso é preciso entendimento dos guineenses e trabalho para o progresso do país.
“Temos que falar pouco e dedicarmos mais tempo ao trabalho. Mas também quem não quer nos acompanhar neste trabalho, então, vamos deixá-lo. Também não pode nos incomodar, porque o que queremos hoje é o progresso deste país que jamais pode voltar atrás. Ninguém pode fazer a Guiné voltar atrás, a Guiné já arrancou para o caminho do progresso!” Assegurou.
Questionado sobre o mecanismo que será acionado da sua parte para apoiar os camponeses que se encontram em dificuldades neste momento por causa das inundações, explicou que vai fazer avaliação da situação para depois projetar uma possível ajuda aos camponeses afetados.
“Ficamos tristes com a pouca produção dos camponeses. Há bolanhas com enormes espaços para o cultivo de arroz, mas os agricultores apenas cultivam espaço muito pequeno. Isso demostra que nós trabalhamos pouco nesta terra”, lamentou.
Solicitado pelo repórter do Jornal O Democrata a pronunciar-se sobre a proposta de solução da crise política que recebeu da parte de grupo de mulheres mediadores, José Mário Vaz, disse aos jornalistas o seguinte: “vim para meter a mão na lama, depois teremos o tempo de falar sobre este assunto”.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
Este tipo de presidente quei po guineenses a esperar.
Com o trabalho poderemos paso importante.