O Presidente da República, José Mário Vaz admitiu na noite de ontem, 22 de Dezembro 2017, num jantar de Natal oferecido aos funcionários do Palácio presidencial, que a persistente crise que já dura há mais de dois anos, deixou quase todos os guineenses com ‘cansaço’.

Na sua mensagem de boas festas aos trabalhadores da Presidência da República, José Mário Vaz apelou a todos os guineenses para não se cansarem. Porque, na sua opinião, se os guineenses se cansarem ‘quem são as pessoas que vão defender este Povo e a própria Guiné-Bissau?’, questiona.

“Apelo a todos para ficarem com pés bem assentes no chão para defender esta terra. Lembro da história do combatente Domingos Ramos, que depois de ser baleado, teve a coragem e a força de pedir uma folha e caneta [pedaço de pauzinho com tinta do seu sangue] para escrever uma mensagem [para Amílcar Cabral], dizendo o seguinte: ‘Hoje vou ficar pelo caminho, mas apelo os que estão ainda vivos que continuem a luta para libertar a Guiné-Bissau e seu Povo”, nota o Chefe de Estado, sublinhando que é com dor que todos recordam daquele nobre ato de coragem de Domingos Ramos.

Mário Vaz aceitou, no entanto, que a crise atingiu a ‘pele de todos os guineenses’, contudo, considera que além de coisas más, a crise política iniciada a 12 de Agosto de 2015, também tem seu lado bom para o país. Nas coisas más, o estadista guineense apontou o sofrimento dos guineenses. O aspeto positivo do impasse político, o Chefe de Estado acredita que a crise fez com que os cidadãos conhecessem os dirigentes ou atores políticos que têm e o que estes são capazes de fazer para o bem-estar dos cidadãos.

Sobre a saída da atual crise, José Mário Vaz elegeu o ano 2018 como sendo o ano de unir os guineenses. O primeiro magistrado da nação insiste em como são os próprios guineenses que têm que resolver os seus problemas, como fora durante a luta de libertação nacional sob o jugo colonial português.

“Consideremos o ano 2018, como sendo um ano de reconciliação entre os guineenses. Temos que ter a capacidade e condições de unir os guineenses, para podermos desenvolver a nossa terra e dar uma vida digna ao nosso povo”, exorta Mário Vaz.

O Chefe de Estado exortou ainda os guineenses a acabarem com o ódio e preconceitos, a se reencontrarem em 2018 e pôr fim à atual crise que, na visão de Mário Vaz, criou divergências no seio de irmãos, de casais, de amigos, de familiares, de tribos.

“Todo o mundo está de costas voltadas pela crise política”, disse Vaz ao Jornal O Democrata.

Na ocasião, José Mário Vaz deixou claro que desta vez são os líderes religiosos que vão unir e reconciliar os guineenses e acabar com a crise, porque são no entender do Chefe de Estado, figuras que orientam a fé de todos os guineenses, revelando que informou aos líderes religiosos do papel fundamental que têm para a saída desta crise.

Em nome dos funcionários da Presidência da república, o Secretário-Geral da mais alta instituição do país, César Fernandes apelou aos seus colegas para darem ainda mais o melhor deles para servir o Palácio presidencial.

O jantar de confraternização contou com animação cultural dos músicos nacionais e apresentação do grupo coral da Igreja Evangélica.

 

 

Por: Sene Camará

Foto: SC