Greve na função pública: PRIMEIRO-MINISTRO AFIRMA QUE GOVERNO NÃO PODE RESOLVER TODOS PROBLEMAS DO PAÍS AO MESMO TEMPO

O chefe do Executivo guineense afirmou hoje que o seu governo não pode resolver todos os problemas do país ao mesmo tempo e garante que executivo está a trabalhar para que haja eleições na data marcada, assim como na estabilização da economia nacional.

A declaração de Aristides Gomes foi feita esta segunda-feira, 07 de Maio 2018, depois de uma visita às instalações da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e ao Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).

Gomes reagia assim à greve de três dias iniciada hoje pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) para exigir do governo a aplicação “imediata” da nova grelha salarial aprovada pelo governo de Umaro Sissoco Embaló, bem como o pagamento integral das dívidas contraídas em 2003 aos servidores públicos, conforme consta do memorando de entendimento assinado com os governos anteriores.

A resolução “imediata” da situação dos trabalhadores dos correios, a instituição do fundo de pensão e do abono de família para os servidores públicos figuram também entre outros pontos em reivindicação.

Sobre a greve, Aristides Gomes disse que é preciso que todos os parceiros internos da Guiné-Bissau, nomeadamente os sindicatos, as associações e a sociedade civil tentem ser mais  realistas possíveis, caso contrário “o país não avançará”.

“Governo está a tentar realizar as eleições,  estabilizar a situação decorrente de uma crise política e temos problemas agrícolas, a campanha de caju, enfim, a situação económica está difícil. Portanto, não podemos fazer tudo de uma só vez. É preciso que cada parceiro interno do país faça esforço no sentido de ser mais realista possível”, notou.

Neste sentido, sugere aos parceiros que haja compreensão da situação, que todos ataquem o essencial, tenham o mesmo entendimento sobre a recuperação económica, estabilização política e para que se realize  eleições legislativas em Novembro próximo.

Pede, no entanto, prudência dos parceiros sociais do governo, sobretudo num país onde, segundo disse,  “pagar salário já é uma tarefa difícil e todos os setores da vida pública precisam da reforma”.

“Ao falar do aumento salarial, seria importante sermos mais prudentes para não agravarmos a destruição das coisas que já existem no nosso país. Queremos construir a nossa casa, mas comecemos a partir de um alicerce sólido, porque tudo que se quer construir dependerá da solidez da base que quisermos construir”,  alerta.

A greve de três dias iniciada hoje afetou diferentes serviços do Hospital Nacional Simão Mendes e o Palácio de Governo, onde funciona a maior parte dos Ministérios.

Em relação às instalações onde funcionam a CNE e GTAPE, o chefe do governo reconhece que o edifício se encontra numa situação de deterioração, mas, mesmo assim, garante que o seu executivo está a trabalhar para que o pleito de Novembro aconteça na data marcada.

 

 

Por: Aguinaldo Ampa/Filomeno Sambú

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