O Primeiro-Ministro guineense, Aristides Gomes, revelou que o orçamento das eleições legislativas, agendadas para 18 de novembro do ano em curso, ronda os nove milhões de Euros, aproximadamente seis bilhões de francos CFA. Aristides Gomes falava aos jornalistas no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, depois do seu regresso ontem a noite, 16 de junho 2018, de uma digressão a alguns países da Europa, nomeadamente Portugal, Bélgica (Bruxelas, sede da União Europeia) e a França.
O Chefe do executivo guineense aproveitou igualmente a ocasião para informar à imprensa que dentro de pouco tempo, anunciará o aumento da participação financeira do seu executivo no orçamento para a realização das eleições legislativas, mas sem, no entanto, precisar o valor a ser desembolsado pelo governo.
Aristides Gomes contou que a sua delegação manteve encontros a vários níveis com a Comissão da União Europeia. Revelou neste particular que em consequência destes encontros obtive o aumento da participação da União Europeia para a realização das eleições legislativas de 18 novembro.
“A União Europeia tinha prometido 1.5 e agora vai conceder 2.5 milhões de Euros”, assegurou o Primeiro-Ministro.
Aristides Gomes disse que a Comissão da CEDEAO vai enviar ao país uma missão de avaliação sobre o desenrolar do processo que conduzirá ao recenseamento eleitoral e ao escrutínio de 18 de novembro, tendo assegurado que a referida missão permitirá uma participação financeira da CEDEAO para o processo das eleições.
“Tivemos igualmente uma reunião do trabalho em Bruxelas, com o presidente da Comissão da União Economia Monetária Oeste Africana – UEMOA, que deu frutos. Nós vamos convidar o presidente da Comissão para uma visita a Guiné-Bissau dentro de três semanas e iremos fazer um balanço a meio percurso de alguns projetos que estão em curso com o financiamento da UEMOA”, informou.
Avançou ainda que a sua delegação esteve em França, onde reuniu-se com algumas instituições com as quais analisaram possibilidades de financiar um projeto para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas com a incidência para a formação e a integração económica.
Lembrou que presidiu abertura da conferência empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Beja, Portugal. Sustentou ainda que participou numa reflexão sobre aquilo que deverá ser o espaço empresarial dos países lusófonos, bem como o papel que os Estados devem ter para o desenvolvimento do empresariado no espaço lusófono.
“A nossa missão foi muito positiva não só para a realização do escrutínio de 18 de novembro, mas também para as perspectivas de consolidação do processo que nós estamos a querer desenvolver”, espelhou.
Relativamente à greve desencadeada pela União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG) na função pública, Aristides Gomes disse ter conhecimento sobre a greve desencadeada por uma parte do sindicato, contudo, disse estar confiante, como a maior parte da população guineense, que compreende que a retoma das vias do desenvolvimento para o país baseiam-se numa diligência política que exige um trabalho sério e ser crítico em relação a certos comportamentos.
“Penso que a solução não é de destruir por destruir! A solução está numa perspectiva de construir. Eu penso que não é razoável pensar que nós em algumas semanas do funcionamento do governo, pode-se criar as condições da melhoria. Não se pode fazer as despesas se nós não aumentamos as receitas”, afirmou o Primeiro-Ministro, tendo assegurado que o governo não pode gastar aquilo que não ganha.
Aristides Gomes disse que o executivo concorda que é preciso fazer o reajusto salarial, como também reconhece que há uma injustiça salarial em vários sectores no país. Recordou que teve encontros com organizações sindicais e disse ter informado sobre o orçamento que será aprovado no Parlamento.
Por: Assana Sambú
Foto: AS