Greve na educação: SINAPROF CONSIDERA DE “PIOR” O PRESENTE ANO LETIVO

Presidente em Exercício do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Domingos Carvalho, afirmou numa entrevista exclusiva a’O Democrata, que o presente ano letivo (2017/2018) é um dos piores na história do ensino guineense.

Justificando a sua posição, explicou que o presente ano letivo iniciou no mês de janeiro e o executivo tomou a iniciativa de implementar três períodos para cobrir os tempos perdidos, forçando assim os professores para “introduzir conhecimentos na cabeça dos alunos como se fossem água dentro de uma garrafa”.

Carvalho falava ao repórter sobre as razões que motivaram um dos dois sindicatos do setor Educação (SINAPROF) a decretar a greve de cinco dias com início esta segunda-feira, 09 de julho 2018, com o propósito de exigir o executivo de Aristides Gomes a aplicação de carreira docente bem como o pagamento dos salários atrasados.

O sindicalista explicou que os professores querem ver o governo a cumprir o memorando do entendimento assinado entre as partes, denominado “Pacto de Estabilidade no Sistema Educativo – 2017/2018”, que, de acordo com a sua explanação, passa pela aplicação do Estatuto da Carreira Docente, pagamento das dívidas atrasadas de 2011/2012 e 2012/2013, como também o pagamento integral de retroativo a todos os professores reclassificados.

“Até neste momento faltam 154 professores que ainda não receberam retroativo. O acordo não está a ser cumprido, por isso decidimos avançar para a greve, cumprindo todos os procedimentos administrativos”, espelhou.

Domingos Carvalho assegurou que há professores recém-colocados que já trabalharam seis meses, mas não receberam nenhum mês. Contudo, sustentou, neste particular que o governo está a brincar com a classe dos professores, razão pela qual o sindicato decidiu recorrer pela greve como a última arma para salvaguardar a dignidade e o interesse da classe.

“Pacto de Estabilidade no Sistema Educativo 2017/2018, não determina tacitamente que durante este ano letivo não haverá greve no sector do ensino, mas sim é um compromisso que o governo assumiu em cumprir os três pontos acima referidos. Deputados iniciaram a sessão, o dossiê de Estatuto da Carreira Docente não foi levado à plenária, porém, foi aprovado o aumento de dinheiro dos deputados e magistrados nessa sessão. Portanto, chega de brincadeiras! Desta vez, vamos fazer reivindicação até quando o governo honrar o seu compromisso”, advertiu.

Questionado sobre não aderência a greve da parte do Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF), explicou que na história do país, quando o PAIGC iniciou a luta de libertação, outros ficaram pelo caminho, mas os que estavam na luta conseguiram libertar o país e toda gente beneficiaram, portanto SINAPROF vai continuar com a luta até fim.

 

 

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: AA  

 

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