O frei Papa Paulo Nanque lançou na terça-feira, 24 de julho, a sua primeira obra literária intitulada “introdução à cosmologia Pepel”. O trabalho é o resultado de uma investigação de muitos anos, durante a qual o autor foi beber de vários instrumentos científicos (obras), sobre viagens e artigos sobre os pepeis e sobre a Guiné-Bissau. 

O trabalho de três volumes é apenas o enquadramento teórico sobre as bases que constituem o homem pepel que, segundo o autor, será posteriormente desenvolvido de forma mais detalhada, trazendo mais elementos que compõem os usos e costumes da cultura pepel. A obra está divida em três dimensões: A fundação da terra ou dos reinos segundo a cosmologia; O Conceito de homem na cosmologia pepel; e, finalmente, os antepassados, a terra dos mortos e a sua ligação com a dos vivos.

Em entrevista a O Democrata disse que se sentiu motivado em avançar com este desafio, porque quando entrou no seminário, a sua família discordava da sua opção.

“Durante os meus estudos já sentia paixão para o estudo da cultua pepel. Pois a etnia pepel foi muito pouco estudada pelos portugueses”, revelou. Acrescentou ainda que não se pode falar do homem pepel, da sua cultura, dos seus usos e costumes sem falar da terra e de como ela é e como é o processo da sua fundação e dos seus mitos fundadores.

BIOGRAFIA

Frei Papa Paulo Nanque é natural de Bijimita, região de Biombo, Guiné-Bissau. Fez a sua primeira etapa académica (ciclo) de 1975 a 1980, em Quinhamel. E depois fez um percurso longo para concluir liceu. Neste percurso, passou por Gabú em 1981/82. No ano de 1981/82 foi parar em Bafatá e um ano mais tarde, 1982/83, estudou no liceu nacional Kwame N´Krumah.

De 1983/86 frequentou o seminário e só mais tarde começou a formação de postulantado para ser padre, (1987/89).

Frei Papa Paulo é sacerdote da Ordem dos Frades Menores (OFM). Foi Fundador da Paróquia de Canchungo (Guiné-Bissau), Reitor do Seminário Franciscano e atualmente é pároco de Marrakesh, no Reino de Marrocos. É formado em Teologia, Sociologia e goza de algum privilégio de conhecimento sobre a Antropologia, não como licenciado.

 

 

 

Por: Filomeno Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche