O Sindicato dos Funcionários Parlamentares da Guiné-Bissau (SINFUP) anunciou este sábado, 21 setembro de 2019, que suspendeu a greve de dez dias iniciada na segunda-feira (16 de setembro), indicou uma fonte sindical ao semanário O Democrata.
A fonte avançou ainda que a suspensão da paralisação deveu-se a um acordo, depois do encontro entre a Comissão Negocial da greve e o presidente do parlamento, Cipriano Cassamá. Porém, não detalhou nenhum pormenor relativamente à reunião, apenas ressalvou que até a próxima semana o patronato deverá iniciar o processo de pagamento de salários, cumprindo, assim, a primeira exigência do sindicato.
Contatado por telefone, Abel Tchuda, presidente da Comissão Negocial da greve, confirmou ao jornal O Democrata a promessa de pagamento, mas não especificou quantos meses serão pagos. Contudo, garante que a partir da próxima segunda as portas do parlamento estarão abertas e que o teor do acordo conseguido será igualmente divulgado à imprensa.
Para além da exigência concernente ao pagamento dos salários, o sindicato exigia ainda, entre outros pontos, o cumprimento integral do acordo assinado em 2018, nomeadamente: o pagamento de dois meses (julho e agosto) de salários em atraso, a melhoria das condições de trabalho, a reativação do transporte dos funcionários há muito tempo inoperante, a assistência médica e medicamentosa, a regularização da situação dos trabalhadores com a idade de reforma (descontos e aposentação) e a implementação e execução do Estatuto de Carreira dos funcionários parlamentares.
Pontos que na perspetiva de Abel Tchuda serão, gradualmente, cumpridos em função do acordo assinado entre as partes. A paralisação, que deveria terminar apenas a 25 de setembro afetou os serviços da ANP, os da Comissão Nacional de Eleições, o Conselho Nacional de Comunicação Social e a Inspeção Nacional de Luta Contra a Corrupção e, consequentemente, a sessão parlamentar extraordinária convocada, na quinta-feira passada para a discussão do programa de governo e impediu que os trabalhos no hemeciclo da Assembleia Nacional Popular decorressem normalmente. Por iniciativa do presidente da ANP foi realizada numa das unidades hoteleiras de Bissau, mas suspensa depois da abertura ofícial para ser retomada na segunda-feira, 23 do mês em curso.
por: Filomeno Sambú
Foto: F.S
Não têm o dinheiro para pagar os funcionários mais têm suficiente para alugar salão de conferências no hotel que vergonha este executivo que Deus abençoe Guiné bissau e o seu povo