O vencedor da segunda volta das eleições presidenciais de acordo com os resultados definitivos anunciados pela CNE, Úmaro Sissoco Embaló, revelou que vai tomar posse como Presidente da República no próximo dia 27 de fevereiro. Garantiu que a partir daquela data haverá apenas um chefe na Guiné-Bissau. Sissoco Embaló fez essas declarações à imprensa na noite desta quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de regresso de uma viagem.
Embaló que foi recebido no Aeroporto pelos dirigentes do Movimento para Alternância Democrática (MADEM) e representantes de algumas formações políticas que o apoiaram na segunda volta das presidenciais, fez um périplo por vários países africanos bem como alguns países da Europa e Ásia, onde manteve encontros com chefes de Estados de respectivos países.
Úmaro Sissoco Embaló diz, na sua declaração aos jornalistas, que recebeu uma chamada telefónica do presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pediu-lhe um encontro a margem da cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da União Africana em Addis-Abeba (Etiopia). Acrescentou que vai representar o Estado da Guiné-Bissau na cimeira de Addis Abeba.
“Ninguém compreende o teatro que está a passar neste país, porque toda gente sabe que o órgão competente para a gestão de eleições é a CNE. Portanto não podemos permitir que a Guiné-Bissau seja penhorada a uma pessoa. Garanto-vos que vou tomar a posse no dia 27 de fevereiro e que, a partir daquele dia, haverá apenas um chefe na Guiné-Bissau”, assegurou.
Embaló disse que as vezes é preciso fazer a guerra para que haja a paz, “se for necessário vamos a guerra para que haja a paz e a Guiné-Bissau vai libertar-se de vez”.
“Todo mundo sabe que o Úmaro Sissoco Embaló é o novo Presidente da República da Guiné-Bissau. (…) Se Cipriano Cassamá não tomar diligências necessárias para a minha investidura, tenho o Nuno Nabiam, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e Hadja Satu Camará, a segunda vice-presidente, portanto reuno as condições e 55 deputados para tomar posse em qualquer parte do território nacional”, contou.
Embaló disse que o Supremo Tribunal da Justiça pode dicidir o que bem enteder, mas ele vai ser investido como Presidente da República.
“Há algumas pessoas que poderão não vir a comer o dinheiro que receberam. (…) Vou exibir o áudio de algumas pessoas para que o povo conheça os bandidos desta terra. Quero deixar um recado ao PAIGC, um grande partido que eu respeito muito : o país ou o PAIGC não pode continuar refém de Domingos Simões Pereira”, advertiu o presidente eleito.
Embaló exortou ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, que ele (Úmaro Sissoco Embaló) é o comandante supremo das Forças Armadas com e sem a posse.
“Há uma ministra que pediu a demissão, mas que terá sido substituída por um despacho do Primeiro-Ministro Aristides Gomes (…) quando é que um despacho pode revogar um decreto presidencial ? Já avisei os Embaixadore que quem acatar a decisão desta nova ministra [substituta] nomeada por despacho de Aristides Gomes, vai ser preso, logo depois da minha posse. Aristides Gomes deveria preocupar-se com dois meses de salários devidos aos funcionários públicos e não entrar neste teatro e palhaçada”, espelhou.
Afirmou que vai ordenar a retirada das forças de interposição da CEDEAO (ECOMIB) para compreenderem o alcance da sua influência.
“Peço a população que se mantenha calma. Vou a Etiopia, assim que regressar vamos medir a força e mandarei retirar-lhes todas as segurança de ECOMIB. A Guiné-Bissau vai libertar-se de uma vez, portanto jamais será refém de uma pessoa”, advertiu.
Por: Assana Sambú
Acho que temos que respeitar em primeiro lugar a nossa instituição antes de usarmos a força na resolução de problemas.
No comment
A democracia é respeito às fronteiras institucionais. Pode-Se admitir que a exceção ajude a sofisticar mais as leis, porque faz parte do jogo democrático, jurídico ou do político. No entanto, o que não se pode permitir é que a exceção tornasse ou substitua as regras. Friso, inclusive que, a Guiné-Bissau já mais precisava de um “empreendedor” na sua presidência, porque, a dinâmica que o mundo está a seguir permite a prudência substituir a violência física e discursos do terror. Portanto, vamos fazer do político guineense tornar ciência ou um espaço para discussões e discursos de aprendizagem não de desinformação e imposições.