O presidente do Instituto Nacional de Saúde (INASA), Dionisio Cumba, afirmou esta terça-feira, 31 de março de 2020, que o INASA não recebeu, até ao momento da entrevista exclusiva concedida ao jornal O Democrata, nenhuma informação que indicasse, pelo menos, um único caso suspeito de novo coronavírus(Covid-19) nas regiões. Confirmou na mesma entrevista que existem em todas as regiões sanitárias um Centro de Operação Emergência de Saúde (COES), habilitado a dar respostas rápidas contra a pandemia, apesar de algumas dificuldades logísticas.
O Centro de Operação Emergência de Saúde (COES) é coordenado pelo INASA, em colaboração com a direção geral de prevenção e promoção de saúde e os COES regionais são coordenados pelos governadores em colaboração com as direções regionais, estruturas sanitárias criadas para fazer face à pandemia do covid-19, incluindo as equipas da resposta rápida conjunta que integram ainda as forças de defesa e segurança do país.
“Em todas as regiões sanitárias existem pontos de entrada devidamente identificados e instaladas as equipas médicas, em colaboração com as forças de defesa e segurança, sobretudo nas regiões com vasta linha fronteiriça com os países vizinhos, de forma a fazer controlo e detetar precocemente casos suspeitos.
Informações oficiais das autoridades guineenses apontam que foram identificados 39 pontos de entrada clandestinos, sobretudo nas regiões com maior mobilidade de pessoas. Admitiu que é insuficiente devido ao défice no controlo das linhas fronteiriças, tendo em conta a existência de vários atalhos clandestinos.
Garantiu que a situação está a ser seguida nas regiões pelas equipas centrais que acompanham tudo, desde as reportagens dos Agentes de Saúde Comunitária até às direções regionais de saúde, monitorizadas por uma comunicação com a hierárquica, para eventual reforço rápido de respostas.
Em termos de funcionamento, esclareceu que a nível do INASA, os técnicos têm a Unidade de Epidemiologia (UE), que controla todos os acontecimentos ligados à epidemiologia a nível nacional.
Questionado sobre a formação dos agentes de saúde, particularmente dos Agentes de Saúde Comunitária e a forma como podem lidar com os casos suspeitos e confirmados do covid–19, revelou que o Ministério da Sáúde Púplica promoveu uma formação aos formadores para cada região sanitária seguida de técnicos regionais de saúde.
Assegurou que em cada brigada existem graduados, ou seja, existem epidemiologistas de campo, do INASA, que, para além de técnicos regionais, vão estar no terreno para investigação.
Relativamente aos exames de sangue e de raio x nas regiões, o presidente do INASA disse que para o caso do covid-19, tudo será encaminhado para o laboratório central, mas garantiu que estão sendo feitas as diligências para que cada região possa ter equipamentos necessários para os diagnosticos da pandemia, porque “o país já tem alguns materiais para que o diagnóstico seja feito localmente e em cada região”. Porém, admitiu falta de outdors informativos sobre o covid-19.
“Existem equipamentos nas regiões para diagnóstico de tuberculose e Paulodismo que podem ser utilizados para o diagnóstico de Coronavírus ma estes equipamentos carecem de placas de reagentes para o diagnóstico de covid-19. Julgamos que o laboratório fará todos os exames, mas o problema será o transporte das amostras para Bissau, já que não temos meios de fazer diagnósticos no terreno. Os de Raio X deveriam ser feitos em cada região”, aconselhou.
Lamentou o fato de a Guiné-Bissau até ao momento não possuir aparelhos de scanner, cujos os resultados são mais confiáveis para o diagnóstico do covid-19.
Segundo os dados sobre a evolução da situação das pessoas testadas positivas do Covid-19 e suspeitas apresentadas esta terça-feira pela Comissão de Emergência da Saúde Publica, o número de casos positovos mantém-se no oito casos, dos quais seis cidadãos nacionais e dois estrageiros.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M