O Ministro da Administração Territorial e poder Local, Fernando Dias, advertiu esta terça-feira, 21 de abril de 2020, que há uma necessidade obrigatória de todos os cidadãos participarem na luta contra o novo Coronavírus, por ser um inimigo comum que abalou o mundo. O governante lembrou que o único mecanismo de travar a doença é a prevenção.
Fernando Dias falava à imprensa depois da visita ao mercado improvisado no espaço verde do bairro de Ajuda, em Bissau, destinado à venda de produtos da primeira necessidade. Dias aconselhou os feirantes e as vendedeiras a respeitarem as regras estabelecidas pela Câmara Municipal de Bissau para o funcionamento do novo mercado.
Lembrou que se deve também respeitar as orientações do governo, através do ministério de Saúde Pública, nomeadamente: o distanciamento de um metro e uso obrigatório de máscaras como forma de se prevenir da doença.
“Queremos agradecer à Associação de Moradores de Bairro de Ajuda, à Rede de Paz e Segurança para as Mulheres no Espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (REMPSECAO) e à Cruz Vermelha Nacional que contribuíram para tornar este trabalho uma realidade”, notou.
Segundo Fernando Dias, antes da instalação o mercado improvisado, a sua instituição recebeu um parecer do ministério do Ambiente e Biodiversidade que abraçou o desafio, pois “não colocará em causa as condições do meio ambiente” e garantiu que os dois ministérios trabalharão juntos nessa matéria.
Por sua vez, o ministro do Ambiente e da Biodiversidade, Viriato Cassamá, informou que pediu ao Ministério da Administração Territorial e poder Local, através da Câmara Municipal de Bissau, a proceder urgentemente à colocação de tanques de lixo em cada bloco do mercado e todos os dias, depois de fecho do mercado, o lixo será removido, mantendo sempre o espaço verde saudável.
Afastou qualquer possibilidade de o mercado improvisado colocar o espaço em causa e referiu que “é transitório, uma alternativa para dar resposta imediata ao problema de acesso a produtos da primeira necessidade aos cidadãos”.
“Se a pandemia for ultrapassada ou controlada no país, o mercado deixará de existir”, reforçou.
Em representação dos moradores do bairro de Ajuda, José António da Costa Junior, revelou que a sua organização está a trabalhar com muitas dificuldades, porque “os agentes da Câmara Municipal de Bissau não estão a facilitar o trabalho em termos de orientações aos feirantes para respeitarem as medidas de prevenção”.
“Diariamente gastamos mais de 30 mil francos CFA em apoio a jovens que estão a fazer a sensibilização. Damos um subsídio de incentivo de 1000 francos CFA. Se o Estado apoiar continuaremos a trabalhar no mercado com esses jovens, ajudando os feirantes a prevenir-se da doença e orientando-os a seguirem as medidas de distanciamento social e uso obrigatório das máscaras. Somos nós da Associação que custeamos a reabilitação das três casas de banho, através de apoios que recebemos de fora, portanto precisamos de apoio do Estado para continuar a sustentar este trabalho”, insistiu.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche