O presidente do Instituto Nacional de Saúde (INASA) igualmente coordenador do Centro Operacional de Emergência em Saúde (COES), Dionísio Cumba, justificou este domingo, 03 de maio de 2020, que não foram atualizados os dados epidemiológicos das últimas 48 horas, por razões técnicas tendo em conta o volume da amostra que ultrapassou a capacidade do laboratório.
Dionísio Cumba revelou que atualmente o laboratório nacional pediu tempo para melhor organizar os trabalhos, tendo mais de mil amostras por analisar.
“Há uma grande hipótese de um aumento significativo do número de casos na Guiné-Bissau”, advertiu.
Segundo os últimos dados divulgados pelas autoridades sanitárias no dia 01 de abril, a Guiné-Bissau registou no total 257 pessoas infetadas, das quais, 19 pessoas foram recuperadas e um óbito.
Relativamente ao xarope à base da infusão tradicional “Covid-Organics” oferecido pelo governo malgaxe para a prevenção e cura do novo coronavírus, Dionísio Cumba disse que a instituição que dirige não dispõe ainda de informações sobre a sua composição, aplicação e seus efeitos clínicos. Adiantou ainda que as autoridades reguladoras dos produtos farmacêuticos devem ter informações a respeito. Mas disse esperar que o xarope funcione positivamente contra esta pandemia.
De lembrar que o governo malgaxe ofereceu aos países da África Ocidental um donativo composto por 107 cartões de medicamentos tradicionais denominado “Covid-Organics”, para a prevenção e cura do novo coronavírus através de uma delegação guineense chefiada pelo ministro da defesa nacional, Sandji Fati.
O presidente de INASA revelou que estão sob confinamento social num dos hotéis da capital cerca de 56 (cinquenta e seis) pessoas que testaram positivo, dos quais alguns membros do governo, médicos, polícias e jornalistas.
“Não foi por luxo mas por razões estratégicas devido a estatuto social deles, pessoas que poderiam contribuir na disseminação do vírus. Temos informações que indicam que alguns dos membros do governo estão fora de Bissau neste momento, o que é muito grave porque podem ser o foco da infeção nas regiões e a maior parte dos que estão aqui não queriam mesmo vir por vontade própria, foram obrigados pelo primeiro ministro.
O responsável do INASA explicou que o hotel serve apenas para o isolamento não para o tratamento, permitindo um controlo para que haja respostas sobre a fonte da contaminação.
Assegurou que há uma possibilidade de a Guiné-Bissau passar a ter uma infeção comunitária devido as dificuldades que estão a ter em rastrear a origem de contaminação do primeiro óbito que provavelmente pode ser a fonte destes últimos grupos de contaminados “porque desde o registo da morte notou-se um crescimento exponencial de infeções”.
Relativamente ao tipo de tratamento a que os doentes estão a ser submetidos, Cumba explicou que os doentes isolados no hotel não estão a receber tratamentos, mas que já registraram em 16 dos isolados problemas crônicas de saúde cuja possibilidade e métodos de tratamento estão a ser monitorizados e estudados no centro.
“Descobrimos que há pacientes que estavam a automedicar-se com cloroquina o que não é recomendável” disse.
Por: Epifânia Mendonça