NUNO NABIAM DENUNCIA PLANO DE SEQUESTRO DE CIPRIANO CASSAMÁ

O líder da Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam denunciou no fim da tarde de ontem, 27 de dezembro 2016, uma tentativa da parte das atuais autoridades guineenses de “sequestrar” o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá com o propósito de constituir uma nova mesa no Parlamento que facilite a aprovação do programa do governo.

O político falava aos membros do Secretariado Nacional do partido em jeito de retrospectiva do ano 2016, caracterizado por uma crise profunda.

De acordo com Nabiam, a estratégia dos atuais dirigentes do país passaria por assaltar a ANP e prender Cipriano Cassamá para de seguida constituírem uma nova mesa que facilitaria a discussão e aprovação do programa do governo liderado por Umaro El Mokthar Sissoco Embaló.

Nuno Gomes Nabiam disse que a única solução para sair da crise é a  dissolução do Parlamento e a formação de um governo de unidade nacional que permitiria “técnicos trabalharem para apurar o porquê das sucessivas crises políticas no país e preparar o país suavemente para as eleições”.

“Sem esta solução apontada pela APU-PDGB, não haverá uma outra saída, porque um assalto à ANP nunca seria a solução para a crise, mas sim será o agudizar da crise. Nós pautamos pelo bem do povo guineense, por isso, não queremos que haja mais sobressaltos aqui no país”, sublinha Nabiam, que entretanto, diz acreditar que o ano 2017 será o ano de reafirmação da APU-PDGB.

Apesar de não apontar o dedo acusador a ninguém, Nabiam denunciou tentativas de introduzir na Guiné-Bissau organizações criminosas de lavagem de dinheiro, venda de drogas e tráfico de armas. Neste sentido, pediu à comunidade internacional a estar atenta às manobras duvidosas que diz estarem em marcha no país, acrescentando que o partido que dirige não quer que a Guiné-Bissau se “transformasse num quintal do mal”.

Nabian assegurou ainda que o governo de Umaro Sissoco não tem pernas para andar pelo que tem dias contados. Contudo, exigiu o Presidente da República para cumprir com a Constituição da República, o acordo de Conacri bem como as resoluções da Cimeira de Abuja.

“A nossa constituição não contou que um Presidente da República pode mandar matar, prender ou bater nas pessoas. Deus confere o poder às pessoas para que protejam o povo, exigindo até o sacrifício do detentor do poder em prol do bem-estar do seu povo”, explica Nuno Nabiam, fazendo referência à recente declaração de José Mário Vaz na celebração do seu aniversário, na qual disse ter a “força” de mandar matar e prender, mas que nunca usaria essa “força”.

Para Nuno Nabiam, José Mário Vaz é um Presidente que ameaça seu próprio povo, salientando que o Chefe de Estado guineense perdeu controlo da situação da crise política vigente no país, em referência às mesmas declarações do Presidente durante a festa do seu aniversário.

“Nunca mais vamos permitir um ditador na Guiné-Bissau, este nosso presidente está a viver nas nuvens e nós estamos na terra, nós somos contra a ditadura”, vincou Nabiam, acrescentando que José Mário Vaz decepcionou todos os guineenses.

A quota étnica introduzida pelo Chefe de Estado na estrutura de segurança da Presidência da República, na opinião de Nuno Nabiam é um sinal de descriminação da etnia que predominava na altura nos elementos da segurança presidencial.

 

 

Por: Sene Camará

 

 

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