Crise Política: PAIGC EXIGE A DEMISSÃO DO GOVERNO DE SISSOCO E PEDE A NOMEAÇÃO DE AUGUSTO OLIVAIS

Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), exigiu hoje, 20 de fevereiro de 2017, a demissão imediata do Governo liderado por General Úmaro El Mokhtar Sissoco Embaló e pede ainda a nomeação sem demoras de Augusto Olivais que, de acordo com o partido libertador, foi o nome consensual retido dentre as propostas levadas à Conakry.

Segundo o comunicado na posse do Jornal O Democrata, o PAIGC informa que desenvolveu uma intensa campanha diplomática junto às principais instâncias regionais, continental e internacional no sentido de os informar e alertar para as manobras do Presidente da República, José Mário Vaz, de não aplicar os ‘Acordos de Bissau e de Conakry’, conforme discutido e acordado consensualmente entre todos os participantes presentes em Conakry, sob a mediação de Alpha Condé, Presidente da República da Guiné-Conakry, Mediador para a crise política guineense designado pela CEDEAO.

“O PAIGC reserva-se ao direito de imputar todas as responsabilidades ao José Mário Vaz caso não aplique de imediato as disposições insertas no Acordo de Conakry, pelo que também poderá o nosso Partido considerar que a obstinada recusa do Presidente da República têm outros objetivos e contornos que podem indiciar a sua tentativa, que o PAIGC considera vã e descabida de êxito, nomeadamente o de tentar apagar a grave sujeira e o envolvimento em casos escabrosos, tais como, o fundo angolano, cujo processo já foi instruído e aguarda somente que deixe o cargo de Presidente da República, o FUNPI, o PARAP, as graves e inaceitáveis dívidas ao fisco, o desvio do fosfato e da madeira, entre outras gravíssimas situações, como o de continuar a acaparar-se do erário público em benefício próprio, sem passar pela contabilidade pública”, acusou os libertadores em comunicado.

Para o partido libertador, o projecto “Mão na Lama” de José Mário Vaz, já não convence ninguém e hoje mais do que nunca, ele se transformou em “mão na massa”, pois o partido sustenta no seu comunicado que “basta recordarmos o folhetim criado com o dito apoio aos ‘Djurtus’ que afinal veio a redundar numa cabala para privatizar e domesticar fundos públicos de que os processos de queixa contra o atual Presidente da República se encontram já no Ministério Público”.

“As ameaças de mandar prender, bater e matar de que o Senhor José Mário Vaz se vangloriou publicamente e de forma leviana e ignorante, já não conseguem o objetivo por ele visado na sua louca tentativa de implantar a ditadura na Guiné-Bissau, pois, este já não só está derrotada como moribunda pela força de uma liberdade conquistada pelos Combatentes da Liberdade do Povo e cimentada de forma sustentável ao longos destas quatro décadas de independência pelo nosso povo, em prol da consolidação da nossa democracia”, lê-se no comunicado.

No entanto, o PAIGC alerta os seus militantes e simpatizantes e ao povo guineense por aquilo que considera de “manobras que o Presidente José Mário Vaz e os seus lacaios estão congeminando para a escolha de um novo Primeiro-Ministro dentre os seus lacaios em virtude das decisões assumidas pelas mais altas instâncias continental e internacional e agravadas ainda pela incapacidade governativa do atual Governo de iniciativa presidencial”.

Para o PAIGC torna-se claro a estratégia do Presidente José Mário Vaz com a nomeação de mais um Governo como sendo mais uma manobra, que considera de dilatória e destinada a ganhar tempo para assim tirar mais proveitos e benefícios com os sessenta dias de tolerância, quando o país está a cerca de um ano das próximas eleições legislativas.

“O PAIGC e a sua Direção Nacional e muito em particular o seu Presidente e Vice-Presidente, camaradas Domingos Simões Pereira e Carlos Correia querem publicamente expressar a sua gratidão e respeito ao Senhor Presidente da República da Guiné-Conakry e Mediador para a Crise Política Guineense, Professor Alpha Condé, não só pelo seu papel e posicionamento, uma vez mais comprovado com a solução política encontrada para a Gâmbia, como pela sua inequívoca demonstração de que deu provas na condução deste processo que levou ao Acordo de Conakry, facto que veio uma vez mais elevar e consolidar o seu estatuto de grande estratega político e genuíno conhecedor dos problemas internacionais e muito em particular, africanos”, informa o partido no seu comunicado.

Conforme o comunicado, o partido acolheu com profunda satisfação as conclusões saídas das reuniões do Conselho de Paz e Segurança da União Africana que decorreu em Addis Abeba, bem como do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ocorrida em Nova Iorque, tendo realçado ainda as declarações de muitos responsáveis de organismos da Comunidade Internacional, particularmente as do Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, em visita de trabalho a Cabo Verde.

“O PAIGC registou igualmente com bastante atenção o facto de todas estas instâncias ao nível continental e internacional darem razão ao posicionamento assumido pelo nosso Partido ao longo de todo este processo, na medida em que as conclusões vão na linha de posicionamento desde à primeira hora assumido pelo PAIGC e a sua Direção Nacional, sendo as mesmas bastante claras e não deixando nenhum espaço para outras manobras dilatórias, pois regista-se uma convergência de todas estas instâncias internacionais no sentido de que a crise política que afeta a Guiné-Bissau só poderá ser ultrapassada com a implementação integral do Acordo de Conakry”, lê-se no comunicado.

 

 

 

Por: Redação

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *