Os partidos políticos agrupados no chamado ”Espaço de Concertação Política”, que engloba o PAIGC, o PCD, a UM, o PND, o PUN, o PST e o MP, acusaram esta sexta-feira, 19 de maio de 2017, o Presidente da República, José Mário Vaz, de consumar o ‘golpe de Estado’ por rejeitar o cumprimento do Acordo de Conakri.
No entendimento do grupo, a decisão do Chefe de Estado coloca o país em confronto direto com a comunidade internacional facto que, na visão do fórum, agravará sobremaneira a crise política, económica e social.
Acusação consta do comunicado do espaço de concertação política dos partidos democráticos que a redação do Jornal O Democrata teve acesso, reagindo ao discurso do Presidente da República, José Mário Vaz, no encerramento da ‘Presidência Aberta’ no ‘Espaço Verde’ de bairro ajuda, em Bissau, no qual anunciou a continuidade do executivo liderado por General Umaro Sissoco Embaló.
“O discurso constituiu uma clara ruptura com os compromissos assumidos, ao nível nacional e internacional, em particular com o Acordo de Conakri, o Presidente da República para além de declarar guerra aberta aos seus adversários políticos, que apelidou de inimigos, demonstrou um claro desprezo para com a comunidade internacional, muito em particular com a CEDEAO, a União Africana e o Conselho de Segurança das Nações Unidas” lê-se no comunicado.
Ainda de acordo com o comunicado, a posição Presidente José Mário Vaz em rejeitar o Acordo de Conakry e a confirmar a continuidade do atual governo que o fórum considera da ‘Iniciativa Presidencial’, assumiu de forma clara a consumação efetiva de um golpe de Estado para subverter a ordem constitucional.
Os partidos membros do Espaço de Concertação Democrática apelaram, neste sentido, a todas as forças vivas da nação no sentido de se congregarem numa ‘Frente Republicana’ para aquilo que consideram da “Reposição da Ordem Constitucional, por forma a contrapor os intentos ditatoriais do Presidente da República”.
Reafirmaram, no entanto, o seu compromisso com a implementação, no espírito e na letra, do Acordo de Conakry e com a mediação da CEDEAO e do seu mediador, Professor Alpha Condé, Presidente da República da Guiné-Conakry e igualmente Presidente em Exercício da União Africana.
Apelaram à comunidade internacional e em particular, à CEDEAO, à União Africana, à União Europeia e às Nações Unidas, a darem mostras de firmeza no concernente ao respeito dos compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Conakry, conforme reafirmou o comunicado da última sessão do Conselho de Segurança dedicado à Guiné-Bissau no prazo, de trinta dias (30), estipulado pela CEDEAO.
Por: Assana Sambú