As forças de segurança dispersaram de uma forma violenta os manifestantes que incendiavam pneus a frente da força de ordem. Os manifestantes atiravam pedras, embalagem plástica de água contra a força policial barricada no cruzamento entre avenida Francisco Mendes e rua Osvaldo Vieira [sede de Sport Bissau e Benfica], impedindo a passagem dos manifestantes para imediações do Palácio da República [Praça dos Heróis Nacionais].
A marcha organizada pelo Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) em colaboração com a Associação de Jovens Panafricanistas (AJOPAR) contou igualmente com participações de dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST) e algumas figuras políticas.
A marcha teve início na rotunda do Aeroporto Osvaldo Vieira com um número reduzido de manifestantes, no entanto, a medida que os manifestantes desciam para o centro da cidade, aumentava a adesão.
Os marchantes seguiram a avenida principal ‘Combatentes de Liberdade da Pátria’ e proferiam algumas palavras de ordem em crioulo: “Dinheiro di povu na bolsu di JOMAV; Doze milhões di dólar na bolsu di JOMAV; Quinhentos milhões na bolsu di JOMAV; Povu i ka lixu, lixu i na Palácio”, entre outras palavras que se podia ouvir em couro da parte de manifestantes. A partir da Chapa de Bissau registou-se grande adesão dos cidadãos que se associaram a iniciativa da manifestação para exigir a demissão do Presidente da República, José Mário Vaz.
Quando os marchantes chegaram ao lado da sede de Sport Bissau e Benfica, entraram em confronto com as forças de segurança. O perímetro do Palácio da República estava cercado por militares.
MANIFESTANTES INCENDIAM PNEUS E
ATIRAM PEDRAS CONTRA FORÇAS DE SEGURANÇA
Os manifestantes inconformados com as barreiras das forças de segurança atiraram águas em saco plástico contra a polícia que fazia um cordão para impedir a passagem.
Três agentes da polícia foram atingidos com pedra na cabeça.
Depois do incêndio dos pneus e lançamento de pedras por parte dos manifestantes, elementos das forças de segurança reagiram de forma violenta contra os manifestantes através de gás lacrimogéneo e bastões.
A polícia começou a espancar violentamente os manifestantes e os seguiu até a zona do mercado de Bandim, registando-se feridos e várias pessoas detidas.
Um dos manifestantes ferido pela polícia, disse a’O Democrata que foi surpreendido com espancamento da polícia, quando estava na rua Rui Djassi [sede de Sporting Clube da Guiné-Bissau], no entanto, diz que não fazia parte do grupo dos manifestantes.
“Não sei de nada, estava na outra rua, eles
me viram a passar e me chamaram, então começaram logo a me bater”, contou o jovem que foi acertado com o bastão na cabeça pela polícia.
Entretanto, se encontram no serviço do Hospital Nacional Simão Mendes mais de dez pessoas feridas a receber o tratamento incluindo elementos da polícia feridos pelos manifestantes com a pedra.
Informações disponíveis, dão conta que a direcção do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) devem reagir ainda hoje, através de uma conferência de imprensa.
Por: Assana Sambú, Alcece Sidibe e Epifânia Fernandes Medonça