Opinião: DIMENSÃO DE PRS PODERÁ ULTRAPASSAR A CAPACIDADE DO SEU LÍDER FACE ÀS DEMANDAS DA GOVERNAÇÃO?

Antecipadamente, gostaria de apontoar as razões dessa abordagem, que se relaciona do seguinte. Optei em restringir essa abordagem das demandas de governação em relação apenas ao Partido da Renovação Social (PRS), pois, atentando a situação política na Guiné-Bissau, ultimamente, ou do próprio crescimento do PRS. Com essa tendência, temos um PRS ainda numa situação muito a quem de corresponder as demandas de governação, ou por outra forma, os renovadores não estão fazendo menor questão de potencializar as suas forças face às demandas de governação que mira o partido. Na minha observação da conjuntura política da Guiné-Bissau, considero PRS como potencial candidatura vencedora das eleições que se avizinham, principalmente legislativa [2018].

Também, disponho em expor essas colocações desde já, para não esperar a consumação desse despeito, cuja as consequências aprofundará mais ainda a situação do país e do bem-estar da sua martirizada população, que tanto já sofreu. Para lá, não adiantará algum esforço, apenas nos restará em lamentar.

Considero o sistema político guineense de bipartidário, apesar de reconhecer ligeiro destaque e evolução do APU-PDGB, liderado por Nuno Nabiam, mas essa situação ainda não é consolidada. Portanto, o sistema político guineense bipartidário, é disputado entre PRS e PAIGC, este último, como é da ciência de todos, enfrenta a mais crispada crise da sua história no seu seio, prova disso, a falta de consenso para persecução do seu governo já há mais de dois (2) anos.

Ainda, considerando o sistema político bipartidário, a oposição do PRS, que se trata do PAIGC, submetido num forte crise, que cada dia se aprofunda mais, postergando as soluções da mesma, ou possibilidades de diálogo em busca de consenso para um futuro incerto. Com essa situação, causa dissidência de muitos militantes do PAIGC para outras formações políticas. O que leva a duvidar desta vez, da tão famosa capacidade política dos camaradas do PAIGC em deixarem as suas desavenças para se unirem para as disputas eleitorais.

PRS, apesar das tendências da situação política guineense atual, também mira as possibilidades de governação do país, por isso urge a sua estruturação e aparelhamento face aos desafios da mesma. Mas os fatos reais da atitude do próprio partido indicam contrário, o que a meu ver, deve relacionar-se da falta de aspiração para melhor corresponder a esses desafios da situação almejada, principalmente, por parte da direção de liderança do partido.

Situação do PRS
Temos um partido (PRS), desde 2014, com enormes dificuldades para se identificar ou reconhecer a sua importância e desafios. Num primeiro momento, PRS abdicando-se totalmente da sua missão confiada pelo povo de oposição e fiscalização da governação do PAIGC. Posteriormente, com exacerbação da crise interna do PAIGC, rápido e voluntariamente, PRS se envolveu nessa crise tomando partido do grupo dos 15. Enquanto que, devia manter a sua neutralidade na crise, envolvendo apenas para mediá-la.

Tem-se um partido (PRS), que decidiu renovar o mandato da sua direção anterior com uma expressão de maioria qualificada de voto dos delegados representantes dos seus militantes no seu último congresso. Como motivos disso, é apresentada o mérito da grande capacidade do líder do PRS, Sr. Alberto Nambeia, do seu caráter conciliador e pacificador, isso em detrimento de considerar a capacidade política, técnica e intelectual do líder do partido.

Se forem considerados os aspectos da capacidade política, técnica e intelectual, mesmo não muito rigoroso, certamente, os atuais líderes do PRS, seu presidente, como Secretário Geral, não acenderiam a essas funções. Os aspectos da capacidade política, técnica e intelectual, são muito determinantes para atender as demandas de governo, mas, foram totalmente ignorados no critério de avaliação na escolha dos dirigentes do PRS, evidentemente, eventuais dirigentes das funções do governo do país.

Como alguém disse: “A amplitude atual do PRS, simplesmente, ultrapassa a capacidade do Alberto Nambeia”. Contudo isso, ainda dá tempo para tentar acertar essa equação, tentando equilibrar as valências dos elementos da mesma, isso, na alocação dos demais membros da estrutura da direção do partido ainda por completar.

Nessa questão de transcendência da amplitude do PRS em relação a capacidade política, técnica e intelectual dos seus líderes, já foi sentido desde últimos períodos da liderança do seu líder histórico, Dr. Koumba Yalá. Por esse fato, Koumba foi obrigado a deitar as cartas, retirando-se da política ativa.

Meus compatriotas, vamos deixar de promover as lideranças ditas apenas carismáticas, porém, desprovido de instrução devido face aos desafios das suas funções. Acredito que PRS realmente tem potencialidade enorme para qualquer desafio de governação, entretanto, já é momento de empreendê-la, dando garantia desse seu potencial para corresponder às expectativas dos guineenses para seus governantes.

Assiste-se um crescimento acelerado do PRS em todas as subdivisões sociais do povo e regionais da Guiné-Bissau, nesse aspecto, aplaudo ao partido. Porém, com as euforias da ambição do PRS para ascender no poder, constata-se uma forma de acolhimento e promoção de cariz populista desses novos aderentes a família dos renovadores.

Ultimamente, é comum ouvir notícias dos militantes doutros partidos que decidiram mudar para PRS. Dentre eles, muitos alegam a falta de proporcionar as oportunidades que anseiam pessoalmente ou profissional pelos seus anteriores formações políticas. Essa situação visa essencialmente a projeção e expansão de apoio popular do partido para ascender no poder, para depois, em contrapartida retribuir a esses novos aderentes ao partido as tais oportunidades que alegam ter privados nos seus partidos de descendência. Isso, ao invés de desde já o partido começar a estruturar-se as suas potencialidades baseado nas condições potencial dos seus militantes, tanto os veteranos do partido, e como os novos aderentes, face as demandas do governo de país que mira brevemente.

A afirmação da potencialidade do partido, como já manifestei o meu reconhecimento disso, não pode ser pelas pré-campanhas eleitoral intensiva em todo país, apenas através de torneios de futebol e mega cerimônias de militância dos novos membros do partido. Porque não expor essa potencialidade do partido de uma forma mais racional e responsável? Pode ser através das reflexões e debates abertas com população, apresentando visão e estratégia do partido para desafios do desenvolvimento do país no seu futuro possível governo, igualmente, auscultar as perspectiva do povo sobra a questão.

As Demandas de Governação
Em termos teóricos, a discussão sobre demandas da governação política vaga desde muito tempo. Tem até algumas posições defendendo que é uma qualidade nata e outras que é aprendida no dia a dia com muito suor e quedas, e preparo intelectual ou académico. Na minha modesta opinião, os encarregados ao governação política devem ser capazes ou habilitados em conciliar quanto máximo possível todos os aspetos dessas perspectivas. Não apresentar apenas um em especialidade. Isso considerando o sistema globalizado do mundo que hoje vivemos, movidos de vários interesses e proporciona várias oportunidades, a nível nacional, regional, continental e mundial.

Portanto, do PRS, a Guiné-Bissau demanda o seu melhor a oferecer, pois a missão de governação que lhe queira delegar, que o próprio partido também ambiciona, tem muitos desafios e árduos. O próprio partido precisa ter consciência dessa responsabilidade, e estruturar-se numa liderança forte e muito bem instruída, capaz de aspirar os desafios da responsabilidade da sua missão aos seus militantes, como também à população guineense em geral.

 

Bem haja Guiné-Bissau

 

Por: Nataniel José Sanhá
nataniel005@hotmail.com
Graduando em Ciências Econômicas, no Brasil

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