O Coletivo dos partidos políticos democráticos Unidos contra Ditadura que congrega 17 formações políticas anunciou hoje que a partir do próximo dia 27 de Outubro em curso desencadeará uma série de ações políticas de protesto contra atual situação política no país.
Na lista de ações de contestação constam apelo à “cidade morta”, marchas e comícios populares em diferentes círculos eleitorais do setor autónimo de Bissau, e posteriormente nas capitais de regiões.
No encontro dos membros do Colectivo com a imprensa, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira indicou que o colectivo surgiu com o intuito de restaurar a democracia e banir a ditadura.
O Colectivo, prossegue, visa evitar a instalação do regime caos no país, proteger as liberdades fundamentais dos cidadãos e salvaguardar a democracia e a construção de um Estado de direito Democrático.
Na mesma linha, adianta o líder do PAIGC, o Colectivo exigirá do Chefe de Estado, José Mário Vaz, o cumprimento do Acordo de Conakry e demais acordos estabelecidos.
Neste sentido, os partidos agrupados no Coletivo exigem do Chefe de Estado, José Mário Vaz, a reposição da ordem e o respeito pelas leis e pelos acordos estabelecidos, nomeadamente, a implementação do acordo de Conacri, respeito pela Constituição da República, criação de condições para a realização nos prazos legais de eleições livres, justas e transparentes.
Simões Pereira acusa ainda o Presidente da República de provocar descrédito das decisões do Supremo Tribunal de Justiça e de paralisar o funcionamento da Assembleia Nacional Popular, dois órgãos de soberania, como também de fragilizar o setor privado e a sociedade civil guineense.
Denunciou que desde o assalto à sede do PAIGC, no último domingo, multiplicam-se reuniões do PRS, os “15”, o Governo “ilegal e inconstitucional”, com o Chefe de Estado em instalações públicas sem nenhuma consideração e respeito pelo Estado e pela Nação.
Numa radiografia às ações do Presidente da República, Nuno Nabiam, presidente da Assembleia do Povo Unido –Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB), afirma que José Mário Vaz “é um homem completamente perdido, perturbado, incompetente e incapaz de gerir os assuntos do Estado e de compreender a Constituição da República e demais leis do país”.
Em alusão às marchas e comícios públicos que Colectivo de Partidos Políticos Democráticos, designadamente, [PAIGC, APU-PDG, PCD, UM, PUN, PST, MP – Movimento Patriótico, PND, MDG, ASG, MP – Manifesto do Povo, PDSSG – Partido Jovem, PRP, UDS, PPD, PALOP e PT], projeta o início para 27 de Outubro, Nuno Nabiam diz acreditar que as mesmas decorrerão a cem por cento de forma pacífica, mas alerta que só aceitarão compactuar-se com forças de segurança que agirem com base nos princípios legais de manutenção da lei e da ordem.
Ressalvou que qualquer agente instrumentalizado, por quem quer seja para interromper as iniciativas do Coletivo terá a sua devida resposta.
Silvestre Alves do Movimento Democrático Guineense e igualmente o Coordenador da Subcomissão da Comunicação do Coletivo lamenta o fato de o país ter sido entregue a um “marginal” e dirigido por um grupo de “ Tapa Tanques”.
Na mesma senda de reações à crise política na Guiné-Bissau, Vicente Fernandes, líder do PCD, dá 48 horas a José Mário Vaz para mudar de posição e solucionar a crise política que o país vive há mais de dois anos.
Para o presidente do Partido da Unidade Nacional, a nova página na história da Guiné foi iniciada hoje, por isso deixa notas de apelo a General Biague Na N’tam e a todos os oficiais superiores das Forças Armadas do país que comandam as estruturas das forças e do sistema de defesa e segurança a terem em consideração a noção da responsabilidade e de gravidade dos eventuais acontecimentos na Guiné-Bissau.
Por: Filomeno Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche