O líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Certório Biote, voltou a afirmar esta quarta-feira, 13 de dezembro 2017, que os renovadores vão continuar apoiar o atual governo dirigido por Umaro Sissoco Embaló, de uma forma incondicional até a realização das próximas eleições legislativas previstas para 2018.
Certório Biote, falava à imprensa à saída de encontro convocado pelo Chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, com os partidos assinantes do “Acordo de Conakry” e a sociedade civil com o propósito de analisar a possibilidade da implementação do referido acordo visando solucionar a crise política vigente no país há mais de dois anos.
No total dos cinco partidos signatários do Acordo de Conakry apenas o PRS participou na reunião e elementos do grupo dos 15 deputados que também são assinantes do acordo. A reunião contou ainda com a presença do P5 que engloba a CEDEAO, a União Africana, a União Europeia, as Nações Unidas e a CPLP.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a União para Mudança (UM), o Partido da Convergência Democrática (PCD) e o Partido da Nova Democracia (PND) não tomaram parte no encontro agendado por José Mário Vaz.
Numa nota enviada ao Chefe de Estado, o PAIGC fiz saber que não ia participar da reunião, se o conteúdo formato e conteúdo não forem antecipadamente discutidos.
Na sua declaração à imprensa, Certório Biote disse que a formação política que represnta (PRS) já “está cansada com a história da crise política vigente no país”. Acrescentou, no entanto, que a Guiné-Bissau é de todos os guineenses, pelo que no seu entender, “não pode continuar a ser refém da Assembleia Nacional Popular ao belo prazer de uma pessoa ou nove elementos da Comissão Permanente”.
“O regimento da ANP previu sessão ordinária quatro vezes por ano, mas não aconteceu, devido o bloqueio perpetrado pelo seu presidente, que se aliou com o PAIGC”, lamentou.
BRAIMA CAMARÁ ACUSA A DIRECÇÃO DO PAIGC DE BLOQUEAR O REGRESSO DOS ELEMENTOS DOS “15”
O grupo dos 15 esteve representado no encontro pelo seu coordenador, Braima Camará, Abel da Silva e Luis Oliveira Sanca. Em nome do grupo, Braima Camará, informou que após as negociações de Conakry, os elementos do grupo dos 15 deputados disponibilizaram-se a reintegrar o partido nos termos da recomendação constante do documento assinado, mas até a data presente assiste-se o bloqueio por parte da direção do PAIGC.
“Nós estamos disponíveis e queremos voltar ao nosso partido, porque somos dirigentes do PAIGC e temos honra e orgulho de nunca termos pertencido outra formação política. Portanto, o ‘Acordo de Conakry’ diz claramente que a reintegração dos 15 deputados, deve ser feita sem condição, sem quaisquer outras regras que condicionem o regresso”, explicou o político.
Para o presidente do Movimento da Sociedade Civil, Jorge Gomes, a implementação efetiva do ‘Acordo de Conakry’ passa necessariamente pelo regresso dos 15 deputados expulsos do partido libertador (PAIGC).
“Fomos chamados pelo Chefe de Estado, a fim de nos informar sobre a implementação de ‘Acordo de Conakry’ e aconselhamos-lhe, no sentido de usar a sua influência junto dos deputados dissidentes para voltarem ao partido, reunindo assim condição para a implementação efetiva do Acordo de Conakry”, espelhou Jorge Gomes.
Entretanto, os elementos de ‘P5’ recusaram prestar quaisquer declarações à imprensa, depois da reunião.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A