Crise Política: COLETIVO DE PARTIDOS NEGA PRORROGAÇÃO DO MANDATO DE ECOMIB

O Coletivo dos Partidos Políticos Democráticos da Guiné-Bissau posicionou-se contra uma eventual prorrogação do mandato do contingente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) instalado no país desde 2012, na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril.

A posição dos partidos afetos ao Coletivo foi transmitida à imprensa pelo presidente do Partido da Nova Democracia (PND), Iaia Djaló que, na ocasião, afirmou que o Presidente José Mário Vaz é dos “presidentes mais protegidos de África por ter a proteção de diferentes forças”.

Em conferência de imprensa no espaço cultural ‘Lenox’, mas que se transformou num ‘mini comício popular’, o presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, garantiu que enquanto líder dos libertadores nunca vai ter medo de tomar decisões em nome do partido.

Revelou perante centenas de militantes e simpatizantes dos partidos fiéis ao coletivo, de que o Chefe de Estado, José Mário Vaz, prometeu, em Abuja, Nigéria, cumprir com todos os pontos constantes do acordo alcançado na República vizinha da Guiné-Conakry, o famoso ‘Acordo de Conakry’.

Simões Pereira explicou que em Abuja, toda a delegação da Guiné-Bissau aceitou a implementação do ‘Acordo de Conacry’ na presença do Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), garantindo que o compromisso foi testemunhado pelo Professor Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conakry, e mediador da crise guineense.

DSP disse que o Presidente José Mário Vaz terá recusado um encontro com os representantes dos partidos políticos, evocando a ausência do PAIGC numa reunião que marcara em Bissau antes da Cimeira da CEDEAO.

Domingos Simões Pereira disse que na sequência da intenção de cumprimento do Acordo de Conakry, manifestada pelos atores políticos nacionais, o mediador da crise guineense Professor Alpha Condé, prometera marcar a sua presença em Bissau para assistir o empossamento de Augusto Olivais, o nome escolhido em Conakry, segundo o PAIGC e os partidos que defendem a mesma tese.

Acusou ainda o Presidente da República de ser paradoxal nas suas posições ao longo da crise política que assola o país há mais de dois anos, ou seja, desde 12 de Agosto de 2015.

O líder dos libertadores recusou que ao longo da cimeira de Abuja, em nenhum momento o Chefe do Estado da Guiné-Bissau teria apresentado o ‘roteiro’ para a saída da crise política. E acrescenta que aos olhos do Coletivo, o “roteiro é um documento fabricado”.

Para o presidente da União para Mudança (UM), Agnelo Augusto Regala, o ‘roteiro’ apresentado pelo Presidente da República, José Mário Vaz,
visa apenas proteger o grupo dos ‘15 deputados’ dissidentes do PAIGC.

Regala ameaça ainda que o Coletivo dos partidos políticos democráticos atacará em todas as frentes, apontando algumas queixas já movidas contra o atual Governo liderado por Umaro Sissoco Embaló e o atual Procurador-Geral da República, Bacar Biai.

O presidente da Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Nabiam, questiona a sanidade mental do Presidente da República, revelando que o Chefe de Estado da Guiné-Bissau teria aceitado, perante os Chefes de Estado da CEDEAO, a implementação do ‘Acordo de Conakry’, mas que de seguida veio apresentar um ‘roteiro’, que segundo Nabiam, não tem nada a ver com os resultados da última Cimeira da CEDEAO realizada em Abuja, Nigéria.

 

Por: Sene Camará

Foto: Marcelo Na Ritche

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