CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU REQUER PRESENÇA INTERNACIONAL CONTÍNUA

O prolongamento da crise política guineense requer a presença contínua da ONU na Guiné-Bissau, defendeu o representante especial do secretário-geral da organização para o país lusófono na sessão de quarta-feira, 14 de fevereiro 2018, do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Citado hoje pela UN News, Modibo Touré sustentou que, face à continuação da crise, a ONU tem de manter o foco no apoio aos esforços dos líderes guineense para a nomeação de um primeiro-ministro “aceitável”, na criação de um Governo inclusivo, na organização de eleições e na implementação das reformas prioritárias.

“Após vários anos de um investimento de longo prazo na estabilidade na Guiné-Bissau, é chegada a hora de consolidar e recolher os dividendos dos nossos esforços. É vital que acompanhemos este processo até ao fim”, sublinhou.

Touré destacou a importância de o Conselho de Segurança da ONU continuar a reafirmar o apoio ao Acordo de Conacri (assinado a 14 de outubro de 2016), reiterando paralelamente que está ao lado dos esforços de mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Entre outros pontos, o Acordo de Conacri prevê a nomeação de um primeiro-ministro “consensual”, algo que não acontece com Artur Silva, o antigo chefe da diplomacia guineense que se tornou o mais recente chefe de Governo, escolhido pelo Presidente José Mário Vaz, e que não é aceite no país.

Segundo o Departamento para as Questões Políticas da ONU, a Guiné-Bissau tem sido assolada pela crónica instabilidade política, sobretudo depois da abertura ao pluralismo democrático, em 1991, e, mais especificamente, depois do conflito político-militar de 1998/99.

Este departamento das Nações Unidas apoia e fiscaliza a missão da ONU na Guiné-Bissau, a UNIOGBIS, no país desde 1999, e liderada por Touré desde 2016.

Na reunião de quarta-feira com os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, Touré deu conta dos mais recentes desenvolvimentos políticos, lembrando que José Mário Vaz demitiu o anterior Governo de Umaro Sissoco Embaló, e substituí-o por Artur Silva.

“A ausência de um Governo em funções e estável há mais de três anos tem limitado a capacidade da UNIOGBIS de implementar na prática vários dois seus objetivos”, referiu o representante especial de António Guterres para a Guiné-Bissau.

Até ao final do ciclo eleitoral, em 2019, a Guiné-Bissau continuará a ser um país que requer uma presença dedicada das Nações Unidas para evitar uma ainda maior deterioração da situação política e securitária a nível nacional, acrescentou Touré.

Para Touré, essa “presença dedicada” ajudará também a evitar “efeitos negativos” nos países vizinhos (Senegal e Guiné-Conacri), criando “território fértil para vários tipos de tráfico”.

“Será muito importante que, pelo menos por mais um ano, as Nações Unidas se mantenham empenhadas nos esforços de pacificação no país e que continua a apoiar a intervenção da CEDEAO para resolver a crise política”, defendeu.

 

 

In lusa

 

2 thoughts on “CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU REQUER PRESENÇA INTERNACIONAL CONTÍNUA

  1. Claro que ultima nomiação do primeiro-ministro nã alinhou com o acordo de conacri. Recordando que acordão prevêm três nomes escolhido pelo presidente da Republica. Mas este acordão foi manuplado pelo PAIGC dizendo que Agosto Olivas que foi propostado.
    Mas acordão prevêm nomiação de primeiro-ministro na confiança de PR e consensual que terá maioria parlamentar.

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