CEMGFA GUINEENSE DESENCORAJA INTERFERÊNCIA DE SOLDADOS NOS ASSUNTOS POLÍTICOS

Um porta-voz do líder dos militares guineenses revelou ontem, 13 de março 2018, que o CEMGFA, Biaguê Nan Tan, é contra qualquer interferência de soldados nos assuntos políticos do país e quer que a ideia seja disseminada em todos os quartéis.

O coronel Yuri Na Fantchamna transmitiu o recado do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense aos soldados da Guarda Nacional com os quais esteve reunido hoje no seu quartel em Bissau.

A mesma recomendação será transmitida aos quartéis do interior da Guiné-Bissau, disse Na Fantchamna, presidente de uma estrutura social que pugna pelo diálogo no seio das Forças Armadas guineenses.

Biaguê Nan Tan encontra-se atualmente em tratamento médico em Cuba, mas quer que o seu recado seja transmitido a todos os militares e paramilitares do país, observou o seu porta-voz.

No encontro de hoje no quartel da Guarda Nacional, no qual estiveram presentes oficiais daquela corporação, Yuri Na Fantchamna, exibiu as gravações, em áudio, com alegadas conversas de militares, supostamente, capturados quando planeavam matar Biaguê Nan Tan.

“O CEMGFA fez questão de convocar todos os oficiais superiores para ouvirem as declarações feitas por pessoas que estavam naquela tentativa de o assassinar porque há gente que dúvida desse facto”, declarou Yuri Na Fantchamna.

Cerca de duas dezenas de militares, entre oficiais e soldados, estão detidos, desde dezembro do ano passado, indiciados de tentativa de assassínio de Biaguê Nan Tan. Encontram-se sob custódia da justiça militar que investiga o caso.

“É nossa missão também mostrar aos camaradas de armas que essas práticas já não têm lugar na sociedade castrense”, defendeu o porta-voz de Biaguê Nan Tan, que não percebe os motivos para pretender a morte ao líder militar guineense.

O CEMGFA “quer que os políticos continuem a fazer política e que nós façamos o nosso papel”, precisou Yuri Na Fantchamna.

Salientou ainda a possibilidade de os soldados guineenses voltarem a ser chamados para missões de manutenção de paz, se prosseguirem a sua postura de neutralidade nas disputas políticas no país.

“Se continuarmos com este comportamento de certeza que voltaremos a ser chamados para missões de manutenção da paz como fizemos no passado, em Angola, no Chade, na Libéria e no Haiti”, sublinhou Na Fantchamna.

 

 

In lusa

 

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