POLÍCIA JUDICIÁRIA DETEVE CIDADÃO ALEMÃO ACUSADO DE BURLAR O ESTADO GUINEENSE

A Polícia Judiciária deteve, no início da tarde desta quarta-feira, 14 de março 2018, o cidadão alemão que dirige a famosa Fundação Westafrika, Olaf Baungarten, acusado do crime de burla ao Estado da Guiné-Bissau. Olaf Baungarten terá ficado com uma soma estimada em 100 mil Euros, aproximadamente 65 milhões de francos CFA, destinada ao equipamento do Centro de hemodiálise, construído no hospital nacional Simão Mendes, em Bissau.

A detenção do presidente e fundador da Fundação Westafrika ocorreu durante uma conferência de imprensa conjunta com o representante da Empresa Augustus, numa das unidades hoteleiras da capital Bissau.

Os agentes da PJ apresentaram uma ‘Ordem de detenção’. Olaf Baungarten não ofereceu resistência e caminhou tranquilamente com os agentes até a viatura, sob olhar da imprensa que registava o momento.

De acordo com as informações apuradas, a soma desviada foi doada pela Empresa “Augustus” [que pretende investir na construção de uma zona franca na ilha de Bolama/Bijagós], às autoridades guineenses através da Fundação Westafrika para a compra de equipamentos hospitalares.

Uma fonte policial explicou que o presidente da Fundação Westafrika recebeu 100 mil Euros da Empresa Augustos em duas tranches. A primeira foi no dia 22 de maio de 2016, no valor de 50 mil Euros e a segunda no dia seguinte. A ideia era a aquisição de equipamento hospitalar junto de uma empresa alemã, a “Fresnius Medical”.

O Democrata soube que a PJ comunicou ao representante da Embaixada de Alemanha na Guiné-Bissau, a detenção do cidadão alemão nas instalações da Polícia Judiciária, frente ao mercado de Bandim. A PJ vai apresentar o suspeito ao Ministério Público com o intuito de pedir a efectivação da prisão preventiva.

Antes da sua detenção, Baungarten admitiu durante a conferência de imprensa que recebeu o dinheiro da parte de empresa Augustus no valor de 100 mil Euros para equipar o centro de hemodiálise, mas por causa de problemas financeiros que enfrentava, acabou por usar 90 por cento do valor recebido da Augustus e sem consultar os seus parceiros.

Explicou ainda que por causa da pressão feita pela empresa Augustus decidiu devolver dez por cento, valor que restava do dinheiro, em junho de 2017, para as contas da Augustus.
“Peço desculpas ao povo guineense por ter recebido os 100 mil Euros para o centro de hemodiálise do Hospital Nacional Simão Mendes, mas como tinha problemas financeiros, usei o dinheiro em proveito próprio”, confessou.

Na ocasião, admitiu também que a sua instituição foi a falência e que teria pedido a demissão do cargo da presidência daquela organização.

“Se eu pudesse voltar atrás no tempo, faria tudo diferente”, confessou Olaf Baungarten.

Por outro lado, o administrador nacional da Empresa Augustus no país, Farid Michael Tavares Fadul, explicou que a sua instituição está há um ano sem trabalhar devido a paralisação da Assembleia Nacional Popular, razão pela qual a execução dos projectos ficou bloqueada em particular o de “Bolama zona franca”.

Contudo, disse estar esperançado que depois das eleições legislativas tudo voltará ao normal para que possam retomar a execução dos projectos.

Relativamente ao diferendo entre a sua instituição e a Fundação Westafrika, informou que decidiram suspender as relações ou ligações com aquela organização alemã.

“O meu objectivo é fazer-lhe responder a justiça guineense e eu também, apesar de a justiça alemã estar a acompanhar as investigações”, espelhou.

 

 

Por: Epifania Mendonça

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