
Os governadores regionais e régulos da Guiné-Bissau analisaram hoje os mecanismos de gestão da campanha de comercialização da castanha de caju e a bancarização do dinheiro adquirido durante a campanha deste produto de maior exportação do país, para evitar que os produtores recebam dinheiro de proveniência duvidosa (falso).
Pelo menos foi o que disse Mamadu Nene Baldé, régulo de Cossará e porta-voz dos régulos da Guiné-Bissau esta segunda-feira, 26 de Marços de 2018, depois de um encontro administrativo com o chefe de Estado, José Mário Vaz.
“Foi, simplesmente, uma reunião administrativa, não política. O Presidente chamou os governadores, administradores, secretários regionais e régulos para analisarmos a situação de comercialização da castanha de caju, portanto foi único ponto da agenda”, disse ao Jornal O Democrata.
Para Além do preço de base (mil francos CFA por quilograma) estabelecido para a compra da castanha de caju junto do produtor, Mamadu Nene Baldé realça o fato de José Mário Vaz ter conseguido reduzir custos de taxas de escoamento de produtos cobradas pelas entidades como a Guarda Nacional, o Fundo Rodoviário entre outras, incluindo a cobrança de balança que “este ano será a custo zero”.
“Estamos satisfeitos, porque com essas diligências há de fato sinais de que o escoamento do produto será mais leve que os anos anteriores. Vai ajudar bastante tanto o produtor como o comprador”, realça.
Neste sentido, apela aos produtores a evitarem vender a casta de caju ou escoar o produto por via das fronteiras e terem o maior controlo dos seus pomares de caju, sobretudo neste momento em que facilmente o fogo deflagra, queimando os cajueiros. Esclarece, no entanto, que a questão de alvará, peça cuja emissão é da competência do Ministério de Comércio, não foi debatida no encontro que mantiveram com o chefe de Estado. Todavia, disse que o Presidente da República lhes deixou garantias de que reunirá com todas as entidades ligadas ao setor de caju para analisar o problema detalhadamente.
QUINTINO BONE GARANTE SER PARCEIRO DO GOVERNO NO CONTROLO DA CAMPANHA DE CAJU
Quintino Rodrigues Bone, governador da região de Bolama Bijagós e porta-voz dos governos locais garantiu que tanto os governadores como administradores e secretários regionais vão engajar-se seriamente na fiscalização do preço da castanha de caju, porque é a primeira vez que se fixou mil francos CFA, como preço básico, para compra de cada quilograma, permitindo que os camponeses se sintam também realizados.
Bone deixa também apelo ao Estado guineense no sentido de proteger os compradores, uma vez cumprido rigorosamente todas as exigências.
Por: Filomeno Sambú
Foto: @rquivo