
Não podia ser apático perante atual realidade que tem ressoada na Guiné-Bissau e no mundo fora. Realidade essa que cria posições “antagónicas” de cidadãos com os deputados e políticos, em geral. A minha modesta opinião consiste em tentar relativizar ou coligar essas posições das partes antagónicas, entre governados e governantes.
Não sou da ideia contra, porque é um produto ofertado, resultado de uma assinatura de acordo e, convenhamos que, deve ser cumprido; e sabe-se que os referidos famosos carros Toyota Prado não foram comprados com os fundos do Tesouro Público.
Tudo o que é ofertado a uma pessoa, cabe a ela – beneficiária direcioná-lo/orientá-lo de acordo com a sua conveniência, uma vez que não existe as condições impostas pelo doador.
Caso de viaturas entregues aos deputados da nação guineense, desta nona legislatura, poderia se enquadrar em duas perspetivas: oferta aos deputados e oferta ao país, em geral. Mesmo se fosse a última, que podia acontecer através de assinaturas de protocolos de acordos, não retirava a posição opcional de como gerir um produto ofertado.
Desde o ato “formal” de entrega das viaturas aos deputados, circulam opiniões condenatórias, qualificando atitude dos políticos beneficiários de negativa e inoportuna. Os mesmos sujeitos recomendaram que as viaturas fossem vendidas e encaminhar os valores para os setores sociais do país, nomeadamente, na saúde pública e educação que carecem de boa qualidade do funcionamento, na Guiné-Bissau. Esses setores merecem mais atenção, visto que coloca-se em causa a vida humana. Realmente é. As críticas feitas nesse sentido são plausíveis e têm fundamento no atual contexto socio-económico da Guiné. Porém, tentar encaixar esse fundamento com a oferta de viaturas aos deputados, crucificando-os, é muito equivocado e inoportuno. De novo, esse ato de oferta é opcional, consiste na assinatura de protocolo e deve ser materializado.
Não entregar as viaturas aos deputados, vende-las, acarretaria muitos problemas que, talvez, a maioria de cidadãos nunca tenha ainda refletido. O problema seria ao nível interno e externo.
Ao Nível Interno
O puxa-puxa estaria em auge de como gerir os fundos, de como aplicá-los nesses dois setores: saúde e educação. Que chefe de governo vai orientar!? Que ministros!? Os carros doados para os deputados agora serão vendidos entregar os valores para ministros gerirem. “ I sai na pilon i kai na balei” hmmm.
Se fosse este governo que ia gerir a situação, o país de novo estaria no processo de clivagens, voltando ao episódio anterior. Ia alterar todo o processo da estabilidade política e democrática que está sendo ocasionado, nesse momento, para que o país possa seguir para as eleições que se quer num clima de paz, de forma justas, livres e transparentes.
É mais que evidente, o atual governo não está à altura, porque tem a missão indicada, a qual deve cumprir, as realizações de eleições legislativas em 18 de Novembro do ano em curso.
O atual Primeiro-ministro, Dr. Aristides Gomes, na tomada de posse afirmou que ele é um simples animador político. O sábio discurso mostra a sua incapacidade de lidar com muitos problemas que assola sociedade, as instituições da República e as danças entre as partes, principalmente, Presidente da República, PAIGC, Os 15 e PRS. “Um simples animador político” é só animar as partes para as eleições e não pensar além, até trocar as viaturas dos deputados da nação pelo dinheiro líquido!
Se for para o futuro governo, seria de igual modo com o caso FUNPI (Fundo de Promoção à Industrialização de Produtos Agrícolas) entre 2013 a 2014, porque haverá posições contrárias, cada um vai ter ambição de participar na gerência, os deputados, os ministros, o Presidente da República, etc… É um saldo além do inicial. Pode não fazer parte do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Ao Nível Externo
Comprometeria a relação diplomática entre os dois Estados, Guiné-Bissau e Marrocos. O ato de ofertar as viaturas para deputados foi feito por meio de assinaturas de acordos entre os dois países que devem ser respeitados. É óbvio que o Rei de Marrocos, Mhoamed V estaria satisfeito por ter cumprido a sua promessa e, essa aplicada ao destino na qual foi doado.
Pode surgir perguntas do tipo… por que Rei de Marrocos não assinou o acordo em outros setores, principalmente, saúde e educação.
O Rei na sua visita à Guiné assinou vários acordos, em diferentes setores: saúde, educação, defesa e segurança,etc.
No setor de saúde, trouxe lotes e lotes de medicamentos e materiais sanitários que custou muitos milhões de francos CFA e que, curiosamente, não houve muita polémica quanto ao desvio desses medicamentos doados. Ninguém falou mais no assunto, nem inquérito.
Na educação é visível a nossa relação, uns 15 a 20% de finalistas do 12º ano são formados em Marrocos.
Portanto, as viaturas devem ser entregues para os deputados a fim de evitar as futuras complicações e cortes de relações.
Finalizando, “rei di Marrocos pati medicamentos, i reabilita imperio, i apoia ainda na utrus setores. Desta vez i pati carro pa deputados então é dibi di usufri di se ofertas.”
ESPERO MUDANÇAS!
QUE DEUS ABENÇOE A GUINÉ-BISSAU E SEU POVO!
Por: Vavito André da Costa
Graduando Humanidades pela UNILAB.
São Francisco do Conde, 06 de Abril de 2018
Em relação a esta situação eu só queria que se entenda o seguinte: certamente o Rei de Marrocos não dormiu de noite para dia e decidir que a melhor ajuda que podia fazer para a Guiné-Bissau na altura era a oferta de viaturas de luxos. O Rei de Marrocos terá respondido a um pedido que lhe foi dirigido. É quem fez o pedido é que considerava a oferta de viaturas uma prioridade para o País, o que os críticos dessa atitude consideram descabido, desajustado ao momento e imoral da parte de quem o fez e de quem aceitou receber esse dom.
Acho imprudente fazer comentários sem conhecer matérias em questão:
1) O Rei ofereceu porque foi considerado prioritário para o país, acho o argumento forte e desajustado e se tiver fontes que sustenta a afirmação partilhe, terei todo gosto em ler.
2) Concordo com o texto publicado pelo Democrata, acredito que ouve aqui uma tentativa de aproveitamento político de uma situação que se tivesse acontecido um mês antes da reportagem da SIC seria outra.
3) Acho que estes deputados não mereciam nem uma cadeira na praça de Bissau, muito menos um carro. Três anos de bloqueio e no fim do mandato recebem prémio?
4) O problema da Guiné não é só colocar dinheiro nos hospitais nas escolas, mas sim controlar o pouco que la se coloca. Quando se inventam professores, médicos e demais funcionários é óbvio que não existirá mundos e fundos que chegue para financiar os vícios. O importante é criar um bom sistema de justiça e prisões de ferro para todos os ladrões. Na Guiné não existe medo de roubar ao estado, aliás, quando assumes o poder a tua própria família te diz “né pobreza no cana fica” porque a partida é assumido que todos fazem e tens que fazer igual, a corrupção. Quando és apanhado a roubar não existe um sistema punitiva e na praça pública não existe vergonha de ser corrupto, parte-se de pressupostos que todo o clã o é.
5) Existe um grande número de funcionários públicos corruptos (para não dizer todos) e podem existir vários argumentos que os levam a ser, mas não deixam de ser corruptos. Por isso, a luta tem que ser feita em todas as dimensões e ser encarados de uma forma séria e punitiva.
Mamadu Jao, acabei de encontrar a fonte!
Este suposto presidente de parlamento só enerva.
Boa noite!