Eleições legislativas: DISSIDENTES DO PAIGC CRIAM “MOVIMENTO PARA A ALTERNÂNCIA DEMOCRÁTICA – G15”

Os deputados dissidentes das fileiras do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde  (PAIGC) criaram, no fim da tarde deste sábado, 09 de junho, um movimento político denominado  “Movimento para a Alternância democrática – G 15”, com o propósito de aliar-se a formações políticas que defendem os mesmos valores e princípios do movimento.

A criação do movimento foi aprovada unanimemente por mais de 580 pessoas presentes na reunião, provenientes de diferentes regiões do país e da diáspora. A resolução final de sete pontos submetida aos delegados foi lida na voz de Tomás Gomes Barbosa, um dos porta-vozes do grupo.

Os delegados a reunião de “Anel 101” recomendaram ainda a abertura do movimento à participação e adesão de outras forças vivas da nação, criando, assim, uma frente ampla de salvação nacional.

“Convidar todos os militantes do PAIGC de Cabral, que não compactuam com nepotismo, clientelismo, ausência de liberdade na sua multifacetada dimensão, a se associarem a esta iniciativa, assegurando, deste modo, o retorno aos princípios enformadores do PAIGC de Cabral e a derrota dos assaltantes do Partido de Cabral nas próximas eleições legislativas”, lê-se na resolução final.

Após a aprovação da resolução pelos delegados, Braima Camará disse na sua declaração aos jornalistas que a decisão saida do órgão máximo do grupo marca o inicio de uma nova etapa que é a criação do Movimento para a Alternância Democrática.

“Queremos marcar a nossa época, ou seja, o nosso espaço. Não podemos deixar o nosso espaço, porque na verdade não se deve fazer a política de cadeira vazia”, espelhou.

Camará assegurou neste particular que a Guiné-Bissau precisa de uma nova geração de políticos que pautem a sua conduta pela verdade e pelo respeito escrupuloso das decisões judiciais, que considera de muito importante.

Questionado sobre como vão participar nas eleições, já que não são um partido político, explicou que o movimento está aberto para dialogar ou negociar com um conjunto de partidos com quem mantêm boas relações, sobretudo partidos que aceitem a democracia interna e que respeitem a diversidade de opiniões.

Interrogado ainda sobre a possibilidade de negociar com a actual direcção do PAIGC, respondeu o seguinte: “não temos condições de integrar num partido em que não há justiça, não há democracia interna. Um partido em que os seus militantes, se forem chamados pela justiça refugiam-se na imunidade parlamentar, portanto nós não podemos pactuar com isso”.

 

 

Por: Assana Sambú

Foto: AS

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