O Porta-Voz da Comissão da Greve da União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG), José Alves Té, disse que o primeiro dia da greve decretada pela central teve uma aderência de 95 por cento a nível nacional. A maior central sindical guineense convocou uma greve de três dias, de 12 a 14 do mês em curso, com o intuito de exigir do executivo o reajuste salarial.
José Alves Té falava hoje, 12 de junho, numa conferência de imprensa realizada na sede da central sindical em Bissau, para falar do balanço do primeiro dia da greve com duração de três dias. Na ocasião, Alves Té disse que não é possível continuar a ter uma administração pública em que um grupo das pessoas recebe balotes e outro recebe migalhas, por isso exigem do governo o cumprimento das obrigações assumidas.
“Na negociação passada com o governo, recebemos do primeiro-ministro, Aristides Gomes, informações referentes a situação económica do país, mas não falou nada sobre as questões que estavam no pré-aviso de greve. Voltou a informar-nos que o atual executivo tem uma missão principal que é a realização das eleições, mostrando assim que não vai cumprir a sua obrigação de fazer o reajuste salarial. Assim sendo, não nos resta nada mais se não recorrer a nossa última arma que é a greve”, informou José Alves Té.
O sindicalista guineense adiantou neste particular que têm a informação em como se pedirem aos membros do governo que baixem os seus subsídios de representação, estes devem responder negativamente à proposta. Portanto, chegaram à conclusão que afinal existe na administração pública uma classe que apenas só tem que trabalhar e produzir receitas e outra que beneficia dessa produção, mas que isso iria acabar.
“É verdade que não estamos a exigir que todos tenham o mesmo salário, mas naturalmente que entre as pessoas com a mesma categoria não deveria haver uma diferença abismal de salário, porque as pessoas, por mérito próprio, chegaram ao mestrado e ao doutoramento e continuam a ter um salário de 75 mil francos neste país. Portanto, continuo a ter dúvidas se na verdade o governo está interessado em apostar na saúde e educação”, lamentou Alves Té.
Questionado sobre o porque de alguns sindicatos filiais da central sindical não terem aderido à greve, o porta-voz da comissão de greve disse que o assunto será tratado no fórum próprio, mas, entretanto, assegurou que o que está a ser levado a cabo é para o melhor de todos os trabalhadores da Guiné, por isso, deveria reinar a união no seio dos funcionários.
De recordar que o ordenado mínimo pago na Função Pública guineense é de cerca de 30.000 francos cfa.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA