Porta-voz da UNTG: “SE MEMBROS DO GOVERNO ABDICAREM DOS SUBSÍDIOS, GOVERNO ESTARIA EM CONDIÇÃO DE FAZER REAJUSTE”

O porta-voz da Comissão Negocial de Greve da União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG), José Alves Té, afirmou esta quarta-feira, 04 de julho 2018, que se os membros do governo abdicarem dos subsídios de representação, o executivo estaria em condição de fazer reajuste salarial exigido pela Central Sindical.

Em conferência de imprensa realizada em reação ao silêncio do governo face às paralisações em alguns setores da vida pública do país, o sindicalista defendeu que na Guiné-Bissau não pode haver trabalhadores da primeira categoria que só esperam a receita produzida pelos trabalhadores da segunda categoria, para dividir e resolver os seus problemas pessoais e  familiares, deixando  os outros na miséria.

“Atual Primeiro-ministro disse que não vê a racionalidade na insistência da reivindicação da Central Sindical, embora legítima, fazendo assim apelo à população de uma forma indireta para se levantar contra o sindicato. Portanto, a UNTG quer fazer mesmo apelo à população que recebe salário miserável de 29 mil francos CFA, para dizer basta à exploração dos governantes contra os   trabalhadores da Guiné-Bissau”, realçou José Alves Té.

Informou neste particular que é com muita tristeza que os trabalhadores acompanham discursos de diferentes governantes do país que, às vezes, pensam que são discursos isolados, mas afinal são os ensinamentos que próprio chefe do governo passou para os seus membros, focalizando sempre em dizer que a missão principal é a realização das eleições.

“Todos nós devemos pôr a mão na consciência e pensar se na verdade este é o país que os antigos combatentes defenderam para que este povo seja livre, não. Disseram que a central sindical faz política é verdade fazemos, mas sim política sindical. Se ontem a UNTG tinha representação partidária, hoje não. Não com esta direção. Acabou. Quem  quiser representar o seu partido pode esperar a campanha eleitoral e representa-lo na sua sede, não na central sindical”, alertou.

Nesse sentido, José Alves Té disse que no final da quarta ronda de greve, os órgãos da central sindical vão fazer balanço e decidir qual será nova estratégia da reivindicação que passará pela realização das marchas ou vigílias, porque, segundo disse, o entendimento da UNTG é que problema dos trabalhadores não é prioritário e nem merece atenção do atual governo.

De recordar que esta é quarta ronda de greve decretada pela central sindical para exigir a implementação do reajuste salarial na função pública e deverá terminar amanhã 05 de Julho.

 

 

 

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: AA    

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