O embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau e com residência em Dakar (Senegal), Tulinabo Mushingi, disse que é chegado o momento para os políticos guineenses demostrarem uma verdadeira liderança, comprometendo-se com o diálogo e reconciliação para o avanço da Guiné-Bissau rumo a um futuro melhor.
O diplomata norte-americano falava durante a conferência de imprensa para comunicar os resultados dos encontros mantidos com membros do governo, líderes de diferentes partidos políticos com e sem assento parlamentar, bem como com diplomatas e cidadãos comuns, nos quais abordou com os mesmos a necessidade de todos os intervenientes agirem com responsabilidade e se abrirem para o diálogo e esforçarem-se para fortificar a estabilidade política no país.
“Este é o momento para colocarmos de lado o orgulho, as nossas convicções passadas e a longa história de relações atribuladas entre os membros da classe política”, assegurou o Embaixador, que entretanto, avançou que esta foi a mensagem que deixou aos líderes políticos.
“Eles têm a chave para o futuro deste país, por isso têm de resolver este impasse internamente, através de diálogo e cooperação. Também expressei aos líderes políticos o quão importante é a realização de eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, de acordo com o calendário eleitoral estabelecido”, espelhou para de seguida afirmar que o seu país está profundamente comprometido com a Guiné-Bissau e seu povo, tendo assegurado que continuarão a apoiar muitos programas no país.
Questionado sobre a disponibilidade dos Estados Unidos em apoiar financeiramente as eleições legislativas de 18 de novembro, o embaixador Tulinabo Mushingi disse que o governo pode contar com o apoio dos Estados Unidos, tendo afirmado neste particular que o seu país continua a apoiar o povo da Guiné-Bissau moral e financeiramente.
“Para realizar eleições, cada país deve contar com os recursos próprios para iniciar o processo, depois procura ajudas. Falamos com o Presidente da República e com o Primeiro-ministro, ambos concordam connosco que primeiramente devem iniciar com os recursos disponibilizados pelo executivo, razão pela qual as autoridades tomaram a iniciativa de começar com o recenseamento eleitoral, sem ajuda do exterior”, contou.
Solicitado a pronunciar-se sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao levantamento das sanções impostas pelas Nações Unidas aos oficiais superiores guineenses em 2012, Tulinabo Mushingi explicou que as forças armadas guineenses demostraram nos últimos dois anos terem vontade de separar-se da política e manter-se nas casernas e fazer o seu trabalho que é manter a segurança do território e do povo, mas não imiscuir-se na política.
“Isso é um bom passo. Portanto estamos cada ver a avaliar o comportamento das forças armadas. No entanto, a questão das sanções é uma das questões que nós também vamos avaliar”, espelhou.
Sobre a reabertura da Embaixada dos Estados Unidos na Guiné-Bissau, informou que não se pode anunciar uma data porque é um processo que exige análise de vários aspectos.
“Deparamo-nos com uma situação da degradação dos edifícios da Embaixada a nível de diferentes países no mundo, então estamos neste momento na reconstrução dos referidos edifícios através de um processo da lista dos países selecionados. Então há países que constituem primeiras prioridades de acordo com a lista”, referiu.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche