O líder do Movimento Patriótico afirmou que será difícil realizar as eleições legislativas agendadas para 18 de novembro próximo, sem violar “de forma grosseira” a lei e etapas do registo de potenciais eleitores guineenses tanto no país como na Diáspora.
A posição do MP foi tornada pública por José Paulo Semedo esta quinta-feira, 13 de setembro de 2018, depois de um encontro que a delegação do partido manteve com o presidente da Comissão Nacional das Eleições-CNE, José Pedro Sambú.
Quanto à definição do novo cronograma eleitoral, José Paulo Semedo disse que essa possibilidade, caso se concretize, será fora da vontade manifestada pelo seu partido em relação ao processo, ou seja, que o escrutínio decorra na data marcada.
Contudo, admite que “o país não está em condições de cumprir este calendário”.
“Tecnicamente não estamos em condições de realizar as eleições a 18 de novembro, mesmo que a CNE e a comunidade política guineense tenham a vontade de outro mundo. Mas para nós (MP), enquanto partido democrático que defende a legalidade, será um pouco redundante dizer que temos um pouco da alergia à violação da lei, mas também não vemos a outra forma de se criar um novo calendário para que estas eleições aconteçam a 18 de novembro, sem violar de forma grosseira a lei e cada passo que devia ser dado para registo de potenciais eleitores”, observou o político guineense.
Perante as (in)certezas, o Movimento Patriótico, um partido político extra-parlamentar guineense, espera, contudo, ter melhor explicação do primeiro-ministro, sobre como irá flexibilizar-se para que a data indicativa das eleições legislativas não se comprometa. Todavia, insiste que enquanto não obtiver informações convincentes do chefe do executivo, o partido continuará com a ideia de que não será possível fazer eleições na data de 18 de novembro, como estava previsto. Neste sentido, José Paulo Semedo pede a responsabilização “de todas as pessoas por de trás do processo”.
Relativamente ao encontro mantido com o presidente da CNE, José Paulo Semedo diz ter recebido informações detalhadas sobre o andamento do processo, mas reconheceu que a “CNE enfrenta algumas dificuldades relacionadas a aspetos financeiro e logístico”. Embora, admite que tecnicamente esteja preparada para dar início e, consequentemente, lidar com o processo.
“As Comissões Regionais das Eleições estão todas organizadas, as pessoas já foram seleccionadas e preparadas para o terreno e tem o calendário preparado, mas não têm fundos necessários para pôr em marcha os trabalhos”, notou Paulo Semedo.
Entretanto, no seguimento deste encontro com José Pedro Sambú, o MP deverá reunir-se, em separado, na próxima terça-feira, 18 de setembro, com primeiro-ministro, Aristides Gomes, e o diretor-geral do Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), Alain Sanka.
Por: Redação