Eleições legislativas: COLETIVO DE PARTIDOS EXTRA PARLAMENTARES PEDE DEMISSÃO DE ARISTIDES GOMES 

O Coletivo de Partidos Políticos sem assento no Parlamento guineense, pediram na tarde desta quinta-feira, 20 de setembro 2018, a demissão de Primeiro-ministro, Aristides Gomes, por ter falhado a sua missão principal de realizar as eleições agendadas para 18 de Novembro.

O coletivo constituido por APU-PDGB, MADEM-G 15, UPG, PJRT, MGD, PDS, CD e FLING, realizou um pequeno comício para manifestar a sua preocupação face ao atraso e às irregularidades  registadas no andamento do processo eleitoral, nomeadamente o recenseamento dos eleitores.

A exigência do coletivo foi tornada pública pelo líder de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, durante um pequeno comício realizado no espaço cultural “LENOX”, em Bissau.

Nabiam advertiu ainda que se o chefe do executivo não demitir pela iniciativa própria devido a incapacidade de realizar as eleições, então o coletivo dos partidos políticos da oposição extra-parlamentar vai fazer pressão ao Chefe de Estado, José Mário Vaz,  para demiti-lo.

O político assegurou ainda que Aristides Gomes, deve ter a ombriedade de dizer ao povo guineense que falhou no cumprimento da missão que lhe foi incumbida, colocando assim o seu cargo à disposição e esperar que os partidos políticos do país renovem ou não a confiança para continuar a organizar o processo eleitoral de uma forma clara, sem violar as leis da República.

Por seu turno, o Coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima Camará, informou que os partidos políticos sem assento parlamentar agrupados no colectivo, estão organizados e prontos para participar na eleição legislativa mesmo se fosse amanhã, mas respeitando sempre a Constituição da República, considerando processo eleitoral tem as suas normas, tramitações e prazos.

Braima Camará disse ainda que todos os governos que passaram no país no momento eleitoral, assumiram a sua responsabilidade em recensear todos os filhos da Guiné-Bissau com idade de votar e as eleições correram de maneira livre, justa e transparente. O atual chefe do governo, disse Camará, quer realizar o processo eleitoral, sem respeitar as normas, favorecendo o PAIGC, porque quer ser candidato às presidenciais.

Entretanto, um comunicado do coletivo distribuido à imprensa, acusa o governo de “violar flagrantemente” a lei do recenseamento eleitoral, uma vez que nos termos dessa lei, o prazo mínimo de atualização do recenseamento eleitoral no país não deve ser inferior a 60 dias, ou seja, dois meses.

“Para além destas ilegalidades que o atual governo está cometer em termos de prazos de recenseamento eleitoral, houve fraca ou quase inexistente campanha da educação cívica e a sua centralização exclusivamente na capital, deixando as populações nas regiões sem suporte informativo sobre o processo, assim como o não envolvimento da sociedade civil, a não conclusão até data presente de cartografia eleitoral, ficando os interessados sem conhecerem os mapas de localizações das mesas, bem como número de brigadas de recenseamento”, lê-se no comunicado.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA

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