Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou às autoridades guineenses a apostarem na potencialização da prestação de serviços públicos e a estabilização macro-económica capazes de fomentar um crescimento inclusivo.
A fraca mobilização de receitas deste ano e altos níveis de créditos mal-parados continuam a pesar sobre a banca, por isso o FMI alerta que “lidar com estas duas fontes de pressão será fulcral para assegurar os objetivos do programa apoiado pela CFA”.
A missão do Fundo Monetário Internacional concluiu também que o crescimento real do Produto Interno Bruto da Guiné-Bissau, em 2018, será de 3,8%, contra taxas de cerca de 6%, entre 2015/2017 e prevê igualmente que o défice da conta-corrente externa suba para 3,6% do PIB, ainda este ano, contra os dados estimados de 1,9%, em 2017.
Dados de um comunicado divulgado esta terça-feira, 02 de outubro 2018, no término de uma missão liderada por Tobias Rasmussen de cerca de duas semanas de sexta avaliação do FMI para a Guiné-Bissau, realizada ao abrigo do Acordo Facilitado de Crédito Alargado, cujas conversações continuarão nos próximos meses.
No comunicado final da missão, FMI afirma que a receita governamental “ressentiu-se com um crescimento econômico mais fraco”, assim como o lento avanço das medidas reformistas subjacentes ao orçamento de 2018. FMI nota no mesmo documento que as arrecadações tributárias no 1º trimestre do ano ficaram em 9,7%, abaixo da meta do programa, espelhando inferiores receitas relacionadas com o caju, produto de maior exportação do país.
Apesar desta observação menos boa sobre a economia do país, a organização realça os esforços das autoridades guineenses em implementar uma série de medidas para reforçar a mobilização de receita. Essas medidas poderão representar, aproximadamente, 0,6% do PIB e deverão contribuir para manter em 4% do PIB (numa base de compromissos) o défice governamental, este ano.
Por: Epifania Mendonça/Filomeno Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche