Embaixador de Angola: “INSTABILIDADE POLÍTICA COMPROMETE RETOMA DA COOPERAÇÃO ECONÓMICA COM GOVERNO GUINEENSE”

O Embaixador de Angola na Guiné-Bissau, Daniel António Rosa, afirmou que a instabilidade política e governativa na Guiné Bissau tem comprometido a retoma da cooperação económica entre os governos angolano é guineense, porque “a retoma do projeto de Bauxite Angola precisa, pelo menos, de um investimento acima dos 750 milhões de dólares norte-americanos no mínimo. Por isso, compreende-se que nenhum investidor com responsabilidade aceite vir investir aquele valor na fase actual em que se encontra a Guiné-Bissau”.

O diplomata angolano falava ontem, 12 de novembro, aos jornalistas a margem da cerimónia da comemoração do 43° aniversário daquele país lusófono da África Austral que se libertou da dominação portuguesa a 11 de novembro de 1975, após ter travado uma luta armada de vários anos. 

A cerimónia de comemoração da festa de independência decorreu numas das unidades hoteleiras da capital Bissau e contou com a presença de membros do governo, oficiais militares, líderes políticos, representantes de organizações internacionais e embaixadores de alguns países.

Em declarações à imprensa, Daniel António Rosa disse que a instabilidade política e governativa deixa pendentes a retoma da cooperação económica bem como a questão que tem a ver com a retoma das comissões mistas bilaterais entre Angola e Guiné-Bissau.    

“É neste fórum em que serão redefinidas os projetos de cooperação entre os dois países. É aqui que a parte da Guiné-Bissau vai propor os seus projetos e que serão analisados pelas partes, de forma a permitir que o governo de Angola possa intervir. É por isso que defendo sempre que a retoma do trabalho das comissões mistas bilaterais vai contribuir muito para impulsionar a retoma da cooperação em vários domínios”, observou.

Relativamente à situação dos  emigrantes guineenses naquele país lusófono da África Austral, explicou que na verdade decorre  no seu país duas grandes operações denominadas “Operação Transparência e Operação Resgate”. Acrescentou que, de acordo com os dados que dispõe, não existem quaisquer maus tratos a emigrantes guineenses em Angola, conforme está a ser propalado nas redes sociais.

“Estive com o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense e demos a informação de que alguns cidadãos guineenses foram detidos, porque se encontravam em situação de emigração ilegal. As autoridades da Guiné-Bissau, por via dos negócios estrangeiros, enviaram uma carta aos seus homólogos, solicitando a regulação migratória destes cidadãos guineenses”, esclareceu.

Ainda sobre as imagens nas redes sociais de emigrantes detidos pelas forças de segurança, disse que as mesmas são falsas, tendo assegurado que não viu e nem ouviu que algum familiar de guineense tenha conseguido identificar seja seu parente, seja outra pessoa dessas que estão nas imagens que estiveram a circular”.

Sobre a realização das eleições legislativas, informou que o seu país está sempre disponivel para ajudar a Guiné-Bissau, tendo assegurado que “é importante que as eleições legislativas tenham lugar este ano a fim de permitir que o país possa sair desta situação difícil”.

Presente na cerimónia, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Agnelo Augusto Regala, apelou as autoridades angolanas no sentido de darem atenção particular a diáspora guineense residente naquele país, permitindo que estas, através de trabalho sério e honesto contribuam para o desenvolvimento daquele país e simultaneamente o da Guiné-Bissau. 

 

 

Por: Epifânea Mendonça 

Foto: Marcelo Na Ritche         

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