O Coordenador da Comissão Instaladora da Frente Nacional de Luta contra a Corrupção na Guiné-Bissau, Fernando Gomes, afirmou esta sexta-feira, 16 de novembro, que a corrupção acarreta a diminuição da qualidade de vida da população. De acordo com o jurista, é “uma doença mundial que compromete a manutenção do Estado de direito democrático”.

Fernando Gomes falava durante a Assembleia Constituinte da referida organização realizada na Casa dos Direitos, em Bissau. Na ocasião, informou que as recentes denúncias de casos de corrupção no Ministério Público, com a participação direta de alguns magistrados cujos nomes já teriam sido revelados por esta mesma organização, fez-lhes criar uma organização de luta contra a corrupção no país.

Segundo avançou, “atos de corrupção praticados por agentes públicos criam verdadeiro paradoxo”, uma vez que acabam por transformar o Estado cujo dever é proteger o povo, em inimigo. Adiantou que “um ladrão ou homicída, é um magistrado, político ou um funcionário público corrupto”.

“Na realidade, ladrões não são só os que roubam no mercado de Bandim ou assaltantes à mão armada. Os ladrões que mais “dignamente” merecem esse título são aqueles que estão investidos do poder de investigar e de mandar prender, porque roubam e extorquem os cidadãos. Nos países pobres como a Guiné-Bissau, a corrupção impede o crescimento econômico, compromete a legitimidade política, aumenta a pobreza e agrava a instabilidade política”, assinalou.

O também advogado de profissão e antigo presidente da Liga dos direitos humanos lamenta o fato de diariamente o cidadão guineense testemunhar inúmeros escândalos de corrupção que envolvem agentes públicos e políticos em diversos escalões.

 

 

Por: Aguinaldo Ampa