A missão interministerial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pediu às autoridades guineenses para marcarem a nova data de eleições legislativas antes do fim de janeiro de 2019. O desejo daquela organização regional, que integra 15 países, foi tornado público através do comunicado final da missão lido pelo presidente da Comissão da CEDEAO, costa-marfinense Jean-Claude Kassi BROU. O chefe da delegação exige ainda das autoridades nacionais que a nova data de eleições seja anunciada antes do dia 22 do mês em curso, data da reunião da Conferência dos chefes de Estado e do Governo da CEDEAO.
A missão interministerial chefiada pelo ministro nigeriano dos negócios estrangeiros, Geoffrey Onyeama, e que integra igualmente o ministro de Estado e também Secretário-geral da Presidência da Guiné-Conacri, Naby Youssouf Kiridi Bangoura, representante do Presidente Aplha Condé, mediador da CEDEAO para a crise da Guiné-Bissau, chegou à Bissau na manhã desta quarta-feira, 12 de dezembro, com o propósito de avaliar a evolução do processo que conduzirá às eleições legislativas no país.
Durante a sua estada no país por apenas algumas horas, a delegação reuniu-se com diferentes estruturas ligadas ao processo de realização das eleições legislativas, Presidente da República, José Mário Vaz; Primeiro-ministro, Aristides Gomes, e o Procurador-Geral da República, Bacari Biai.
Jean-Claude Kassi BROU assegurou que durante os encontros com as partes constataram na globalidade os esforços feitos pelos atores encarregues do processo de preparação das próximas eleições legislativas e a missão felicita os progressos realizados em particular no concernente ao recenseamento dos potenciais eleitores que se estima em uma taxa de aproximadamente de 95 por cento, que correspondem a 800.000 eleitores já recenseados contra os 900 000 previstos inicialmente.
Não obstantes aos resultados acima referidos e que a missão considera satisfeitórios, a delegação exprime a sua preocupação quanto ao clima político atual no país “marcado pelas denúncias de irregularidades constatadas no recenseamento”.
“A delegação lamenta com estranheza e incompreensão total as medidas tomadas para suspender o processo de recenseamento eleitoral previsto no roteiro da CEDEAO. Para responder o pedido de certos atores políticos e do governo guineense, uma equipa de auditores foi enviada pela CEDEAO para assegurar a transparência do processo”, lê-se no comunicado final, que, entretanto, convida as autoridades a levantarem o bloqueio e consequente retoma do processo eleitoral com a finalização do recenseamento e conclusão de outras etapas do processo.
Por: Assana Sambú
Foto: AS