Mais de uma centena de alunos das escolas públicas e privadas da Guiné-Bissau, em colaboração com organizações juvenis, realizaram uma marcha pacífica na manhã desta sexta-feira, 14 de dezembro 2018, dirigindo-se até à “Praça de Mártires de Pindjiguiti” onde, de joelhos frente da pequena estatueta de Amílcar Cabral, gritaram em coro “queremos escola, ajude-nos!”
Os estudantes agrupados em torno da autodenominada iniciativa “Carta-21”, iniciaram a marcha no Ministério da Educação Nacional, onde estão acampados há 19 dias em protesto contra a greve nas escolas públicas, que não funcionam há quase três meses, desde a abertura simbólica do presente ano letivo, por causa da greve das duas organizações sindicais de professores (SINAPROF e SINDEPROF). Os estudantes percorreram a avenida Unidade Africana passando pela conhecida loja “Dalas”, pela avenida Francisco Mendes e pela avenida Domingos Ramos, terminando a marcha na Praça Mártires de Pindjiguiti.
Chegados à Praça de Mártires de Pindjiguiti, foram implorar a pequena estatueta do fundador das nacionalidades guineenses e cabo-verdiana, Amílcar Cabral. De joelhos, imploraram pela abertura das escolas públicas. Acenderam velas e colaram alguns cartazes nos quais se podia ler algumas palavras de ordem: Carta-21: Guiné-Bissau, Estado morto; Educação em coma; Saúde em coma e a Guiné tudo em coma! Educação é direito humano; Abram-nos as portas das escolas; Exigimos um ensino de qualidade, entre outros dizeres.
Durante a paragem na praça, o Coordenador do Coletivo “Carta-21”, Franique Alberto da Silva, exigiu a reabertura urgente das escolas, o mais tardar até a meia-noite (00 horas) desta sexta-feira. Caso contrário, o governo e todas as entidades responsáveis pela paralisação arcarão com as consequências das acções que (o coletivo) levará a cabo a partir daquela hora, mas sem no entanto, avançar com os pormenores sobre as referidas acções.
Os marchantes deixaram a praça e seguiram a avenida Amílcar Cabral até a sede da União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB), depois passaram pelo atalho que vai dar à avenida Pansau Na Isna onde, durante o cortejo, gritaram mais palavras de ordem para exigir o início das aulas. Já no regresso à sua base junto ao ministério da Educação, decidiram queimar alguns diplomas. Nas suas explanações, não servem para nada porque negaram-lhes o direito principal da vida humana.
O ministro da Educação, Camilo Simões Pereira, saiu para atender os estudantes e tentar explicar as diligências em curso com as organizações sindicais no sentido de encontrar uma solução para abertura das escolas públicas, mas não pode fazê-lo porque alguns estudantes continuaram a gritar e apitar .
O coordenador do Coletivo “Carta-21” explicou depois na sua declaração aos jornalistas que a presidência da República confirmou-lhes a audiência com José Mário Vaz para hoje, na qual vão solicitar a sua intervenção no processo a fim de permitir a reabertura das escolas. Acrescentou que, se as negociações entre o governo e os sindicatos não derem frutos que permitam a reabertura das escolas, mesmo com a intervenção do Chefe de Estado guineense estarão, a partir da meia-note desta sexta-feira, dispostos a avançar com ondas de reivindicações muito duras e que as consequências das suas acções serão assumidas pelo governo.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
Força rapazes tamos juntos
Que Deus tenha misericórdia dos GOVERNANTES da GUINÉ-BISSAU que nunca souberam governar bem e muito menos gerir seus recursos internos.
Se hoje estão naquela posição é para servir o país e não para fazer seu próprio povo sofrer e mendigar por aquilo que é seu por direito.
Que estejam preparados porque os seus dias já estão na contagem decrescente.
BEM HAJA À TODOS OS GUINEENSES.