Centro de saúde de Ganadu: ENFERMEIRAS CLAMAM POR AMBULÂNCIA E MARQUESA PARA SERVIÇOS DE PARTO

[REPORTAGEM] Técnicos de saúde do Centro de Saúde de Ganadu [de categoria tipo C] pediram às autoridades nacionais no sentido de disponibilizar-lhes uma ambulância para a evacuação de doentes bem como marquesas para o serviço de parto, uma vez que este dispõe apenas de uma marquesa velha, o que dificulta muito os trabalhos de parto.  

O grito de socorro dos técnicos de saúde daquele centro fez-se através da enfermeira chefe adjunta durante uma entrevista concedida ao repórter do semanário O Democrata, na qual solicita o apoio imediato do executivo a fim de aliviar o sofrimento das populações que em alguns casos são obrigadas a pagar o aluguer de viaturas para a evacuação dos seus pacientes para o hospital regional de Bafatá.

Ganadu é um dos cinco setores da região de Bafatá, conta com uma população estimada em mais de 24 mil habitantes que na sua maioria recorrem aos serviços daquele centro de saúde que apenas dispõe de três serviços, designadamente: Consulta externa, laboratório para pequenos exames e uma sala de parto. Em termos de pessoal técnico, conta com três enfermeiros, dos quais dois de curso geral e um licenciado, uma (01) parteira e um analista nos serviços de laboratório, todos efetivos, mais o pessoal menor, estes contratados. O centro tem corrente elétrica fornecida por painéis solares e que fornecem também corrente para a residência dos técnicos de saúde. Dispõe da água potável fornecida por um furo local.   

ENFERMEIRA PEDE APOIOS DE PARCEIROS PARA O SERVIÇO DE MATERNIDADE

Cadi Fernando Cabral, enfermeira chefe adjunta, explicou na entrevista que os preçários das consultas como de análises variam de acordo com a idade e tipo de análise, tendo assegurado que consultas para crianças de 5 a 14 anos custam 250 Francos CFA e que de 15 a 59 anos de idade são cobrados no valor de 500 Francos CFA. 

Adiantou que o dinheiro recolhido nas consultas é usado para as despesas internas do centro, tendo esclarecido que menores de cinco anos e adultos maiores de 59 anos de idades são isentos de pagamento de consultas e algumas análises.

“O centro não tem internamento, mas fazemos consultas externas e parto. Deparamo-nos porém com o problema de falta de marquesas bem como dos materiais necessários para um parto adequado e seguro, como também para darmos seguimentos pós parto tanto para as crianças como para as mães”, lamentou a enfermeira, que entretanto, aproveitou a ocasião para pedir a intervenção do governo e dos parceiros a fim de apoiar os serviços de maternidade com novas marquesas e outros materiais.  

Informou que o centro não tem ambulância própria e que a evacuação de doentes é custeada por familiares dos pacientes que recorrem a transportes públicos ou privados. Contudo realçou que os custos da evacuação de crianças menores de cinco (05) anos e de grávidas são assegurados pela organização internacional italiana “Entraide Medicale Internationale” que conta com o financiamento da União Europeia.   

Sobre as doenças mais frequentes registadas no cento de momento, Cadi Fernando Cabral disse que casos de infeções respiratórias e doeças diarreicas são patologias mais frequentes nestes últimos meses naquele setor de acordo com os registros, assegurando, por outro lado que houve uma diminuição de casos de paludismos.   

A enfermeira esclareceu ainda que o centro dispõe apenas de uma cama para a observação de pacientes ou grávidas. O que, segundo defende, é insuficiente tendo em conta o número de pessoas que procuram o serviço do centro, sobretudo na época chuvosa em que se registam mais casos de doenças que precisam de observação por algumas horas. 

Relativamente aos medicamentos comercializados no centro, explicou que a direção do centro compra os medicamentos ao CECOME regional na cidade de Bafatá, tendo garantido que têm bastantes medicamentos e reagentes para laboratório e que nos últimos meses não se registam ropturas dos mesmos. Frisou ainda que os medicamentos oferecidos pelos parceiros são entregues aos beneficiários sem problema nenhum. 

Sustentou que alguns exames a crianças doentes ou grávidas são assegurados pelo Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno Infantil (PIMI), que paga mensalmente os exames isentadas às crianças e grávidas por debito direto em conta bancária daquele programa.  

Outra preocupação do centro que merece atenção da enfermeira tem a ver com a questão da segurança do próprio centro. Neste aspeto, exortou o governo no sentido de dilegenciar meios necessários para a vedação do centro de saúde que se encontra exposto a animais.   

Por: Assana Sambú/Epifânea Mendonça

Foto: A.S

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