
O líder do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, pediu na tarde deste sábado, 09 de março de 2019, à missão de observadores eleitorais da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no sentido de fazerem um acompanhamento integral do processo eleitoral, contribuindo assim para a transparência do mesmo.
A preocupação dos libertadores foi transmitida ao chefe da missão de Observadores Eleitorais da CEDEAO, o burkinabe Kadré Désiré Ouedrago, durante uma reunião com os responsáveis máximos da missão realizada numa das unidades hoteleiras da capital Bissau e que juntou, numa única sala, o líder da Frente Patriótica para a Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Dja.
A Missão de Observação Eleitoral da CEDEAO, que conta com 40 membros para monitorizar o processo de votação um pouco por todo o país, convocou esta tarde uma reunião com os líderes de todos os 21 partidos que concorrem às eleições legislativas de amanhã, 10 de março, mas compareceram apenas dois, nomeadamente os líderes do PAIGC e o do FREPASNA. A reunião, de acordo com as informações apuradas, visa analisar o processo bem como pedir aos líderes políticos a apelarem à calma aos seus militantes e simpatizantes para que o ato de votação decorra num ambiente de tranquilidade.
O Presidente do partido libertador (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse na sua declaração aos jornalistas que a iniciativa da missão de observadores eleitorais da CEDEAO de reunir-se com os líderes de partidos políticos um dia antes de ato de votação é uma situação normal. Acrescentou que, durante a reunião, fez-se uma constatação de que no global as coisas estão a decorrer normal, contudo advertiu que o fato de as coisas decorrem normalmente não quer dizer que se descarte a necessidade de se manter a prevenção e o acompanhamento.
“O PAIGC foi informado da situação de alguns eleitores, portadores de cartões eleitorais e que não constavam das listas, os quais não foi possível integrar. Nós tínhamos a indicação de que seria possível integrá-los, mas não tendo havido consenso para o efeito, nós aceitamos essa decisão tomada pela Comissão Nacional de Eleições. Simplesmente manifestamos a nossa preocupação, porque há informações que dão conta de alguma tentativa de perturbação com base neste pretexto”, advertiu o presidente do partido libertador.
Questionado se para o seu partido estão reunidas todas as condições de segurança para as eleições de domingo, disse: “eu penso que partindo do povo, eu acredito que as condições estão reunidas. Agora é perfeitamente possível que algumas formações estejam mais perturbadas e estando perturbadas, quererão perturbar o processo”.
“O PAIGC olha para o dia de amanhã com absoluta tranquilidade. Eu penso que quem vai garantir a normalidade para que as eleições tenham lugar em clima de acalmia e de paz é o próprio povo guineense que está determinado em resgatar a sua liberdade e a sua soberania”, acrescentou.
Interrogado ainda se o seu partido aceitaria o resultado, respondeu que o partido libertador nunca teve problemas em aceitar os resultados e se houver alguma dúvida recorrerá as instituições oficiais democraticamente instituídas para tratar de qualquer anormalidade que possa ocorrer.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S