A segunda Vogal do Instituto Nacional da Meteorologia, Feliciana Mendonça, disse esta terça-feira, 02 de abril de 2019, que a passagem de vento chamado Corrente Jato Subtropical, considerado pelos cientistas como um dos jatos mais poderosos do mundo, esteve na origem da chuva verificada esta manhã, quase um pouco por todo o país.
Em entrevista concedida aos jornalistas relativamente ao fenómeno verificado no mês de abril no país, Feliciana explicou que a deslocação do vento do Este para o Oeste que passa pela África teve origem, ou seja, formou-se na parte Oeste da Mauritânia, devido ao nível baixo das nuvens denominadas “alto-cúmulo e altostratus”, associado a um cúmulo-nimbus (Cb/nuvens temporais) que acabou por originar chuva e trovoada no país.
Feliciana Mendonça explicou na mesma entrevista que a situação não persistirá por muito tempo e que a chuva que caiu esta terça-feira é passageira, de acordo com as imagens do satélite. Contudo, admite a possibilidades desta se manter, caso haja outras situações similares.
Informações científicas indicam que as correntes de jato são provocadas pela combinação da rotação do planeta sobre o seu eixo e o aquecimento da atmosfera (por radiação solar e, em outros planetas para além da Terra, pelo calor interno). As correntes de jato formam-se perto dos limites das massas do ar adjacentes com significantes diferenças de temperatura, tais como a região polar e o ar quente que segue em direção ao equador, de acordo com Wikipédia.
A especialista guineense em matéria da Meteorologia explicou igualmente que na Guiné-Bissau o período atualmente é de transição, tendo reforçado que no mês de abril normalmente não chove, mas é o período em que se verificam ventos fortes, sobretudo no mar.
Segundo Feleciana Mendonça, cada ano o país participa num encontro dos países membros do Centro de Previsão para a Aplicação Meteorológica da África que este ano deve ter lugar no mês de maio próximo na Mauritânia.
O encontro de Mauritânia vai analisar a previsão conjunta de cada país membro, dando facilidade de previsões aos países que ainda não têm satélites próprios e meios técnicos para realizar previsões através de aparelhos da nova tecnologia, como a Guiné-Bissau.
“O encontro de Mauritânia é para analisarmos as precipitações para que possamos ter as imagens e previsões da próxima época chuvosa, como também analisar as coisas para sabermos se haverá chuvas contínuas, ventos fortes e densidades das chuvas. No caso da Guiné-Bissau, é só atualizar depois os dados através de meios que temos para no final informar aos serviços da proteção civil”, referiu.
Por: Epifania MendonçaFoto: E.M