O Inspetor Coordenador da Polícia Judiciária guineense, Fernando Jorge Barreto, confirmou esta sexta-feira, 05 de abril, que foram apreendidas algumas dezenas de toneladas de arroz doado pela República Popular da China ao governo guineense e que estava a ser vendido. O inspetor coordenador revelou ainda que também o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Niculau dos Santos, terá se apropriado de uma tonelada (20 sacos) do mesmo arroz destinado a famílias guineenses carenciadas e que ainda ordenou a entrega de dezenas de sacos aos membros do seu gabinete e aos seus próximos.
O inspetor fez esta denúncia durante uma conferência de imprensa realizada na sede nacional da Polícia Judiciária para esclarecer à opinião pública dos trabalhos realizados no âmbito da primeira fase da “Operação Arruz di Povo – Arroz do Povo”, levada a cabo por aquela corporação policial, na seqüência da qual detiveram três pessoas entre elas o delegado regional da agricultura na região de Bafatá, por suspeita de envolvimento no caso.
Explicou aos jornalistas que a PJ apreendeu, no dia 03 do mês em curso, 1260 (mil duzentos e sessenta) sacos de arroz no armazém da Empresa “Cuba Lda” e ontem (04 de março) voltaram a apreender 859 sacos de arroz no mesmo armazém. Acrescentou que são no total 2119 (dois mil e centos de dezanove) sacos de arroz que estavam guardados naquele armazém na cidade de Bafatá e que pertence ao cidadão Botche Candé [Conselheiro do Presidente José Mário Vaz para área da Defesa e Segurança Interna e Externa].
Fica incógnito o paradeiro da parte do mesmo lote de arroz, já que o ministro da agricultura declarou ontem (quinta-feira) em conferência de imprensa que colocaram quatro mil sacos de arroz no mesmo armazém.
“Quando chegamos à cidade de Bafatá, ontem, vimos um camião estacionado a frente do armazém e que carregava 540 sacos de arroz, de acordo com o termo de entrega que o condutor entregara aos responsáveis do armazém. Durante a operação em Bafatá, fomos confrontados com uma informação que havia uma certa quantidade de arroz guardada numa casa privada. Quando chegamos ao local, vimos o arroz numa viatura dupla, propriedade de um jovem de nome Mussa Candé. Constatamos que era o mesmo arroz oferecido pela China, mas colocado num saco diferente dos sacos originais que a China entregou, ou seja, naquela casa estavam a fazer a mudança do arroz do saco original para outro de marca diferente, com o propósito de camuflar a origem do arroz”, espelhou.
Barreto assegurou ainda que a polícia deteve a viatura dupla cabine que transportava 12 sacos e alguns sacos vazios que seriam usados para substituir o saco original, como também apreenderam duas pessoas que seguiam na viatura, mas o proprietário da viatura (Mussa Candé) fugiu. Enfantizou que o proprietário da casa onde se procedia a troca de sacos de arroz fugiu, mas acabaram por arrombar as portas da casa e conseguiram apreender 60 sacos de arroz e 101 sacos vazios da outra marca que usavam para substituir os sacos originais.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S
Coisas nossas!
Quando uma coisa vem para os coitades esses sempre são apropriados pelo donos da força.
A polícia tem que fazer o seu trabalho e apresentar todos os implicados ao Ministério público.
Temos que ser um Estado custa o que ustas.