1 de Maio: TRABALHADORES GUINEENSES MARCHAM PARA EXIGIR HARMONIZAÇÃO DE SALÁRIOS

Milhares de trabalhadores guineenses inundaram, esta manhã, as ruas da capital Bissau, em marcha pacífica para exigir a harmonização de salários dos funcionários públicos bem como o pagamento dos ordenados referentes aos meses de Março e Abril.

A iniciativa conjunta de duas centrais sindicais do país, a União Nacional dos Trabalhadores Guiné (UNTG-CS) e a Confederação Geral de Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), mobilizou milhares de trabalhadores que iniciaram a marcha na rotunda da Chapa de Bissau, percorreram a avenida “Combatentes da Liberdade da Pátria”, passando pela avenida “Comandante Osvaldo Vieira” até chegarem à sede nacional da UNTG-CS, onde os líderes sindicais proferiram mensagens de solidariedade aos funcionários.

Trabalhadores de diferentes sindicatos de base aderiram à manifestação e exibiam dísticos em que se podia ler as seguintes palavras de ordem: Manifestação de Trabalhadores para a Conquista da Dignidade e Respeito Social; Abaixo os governantes corruptos; Abaixo o governo que não paga salários aos funcionários; Viva os Trabalhadores.

UNTG PROMETE LUTAR PARA ELEVAR O SALÁRIO MÍNIMO AOS 100 MIL F.CFA

O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, apelou na sua intervenção aos servidores públicos para aderirem em massa à greve de três dias que as duas centrais sindicais convocaram para os próximos dias 7, 8 e 9 de maio. Acrescentou que a luta é para a dignificação daqueles que servem o Estado e que bem merecem essa dignificação.

“É evidente que o governo está a demostrar uma certa abertura e vontade de dialogar connosco, mas vamos continuar a nossa, porque temos a consciência clara que lutando é que vamos conquistar os direitos dos nossos associados”, notou.

Relativamemte  à harmonização da grelha salarial a nível nacional, explicou que já definiram os seus plafons, dado que já fizeram o estudo preliminar e um direito comparativo com os países da sub-região, através do qual concluíram que o salário mínimo nacional pode chegar aos 100 mil Francos CFA. Garantiu aos funcionários que as organizações sindicais estão dispostas a prosseguir com a luta para que o salário mínimo nacional possa atingir aquele valor, ou seja, que haja um aumento considerável em comparação com os países da zona UEMOA.

“O motivo da nossa determinação é que o atual governo pretende igualar a carga fiscal a do espaço UEMOA. Igualando a carga fiscal com o espaço UEMOA, também deverá igualar a tabela salarial ao do espaço UEMOA. Essa é a razão da luta que iniciamos, porque não se pode aumentar o sofrimento dos servidores públicos e não dignidicá-los! Nós não vamos dar tréguas neste aspeto”, advertiu o sindicalista.

CGSI-CS: “TRABALHADORES VIVEM COM FOME, DOENÇAS E MORTE”

Na sua mensagem aos trabalhadores guineenses, o secretário-geral  da Confederação Geral do Sindicato Independente da Guiné-Bissau (CGSI-GB) disse que os trabalhadores guineenses encontram-se em péssimas condições de vida, por isso e segundo a sua explanação, o assunto merece uma reflexão profunda de cada cidadão e de cada trabalhador em particular. 

Revelou neste particular que os governantes levam uma vida de luxo com carros, casas, mulheres e milhões em dinheiro, mas os trabalhadores que geram essas riquezas vivem a péssimas condições de vida, com fome, doenças e mortes.

“O Governo deve abdicar deu se premiar com a discrepância que se verifica na repartição e distribuição do rendimento do Estado. É absurdo que uns trabalhadores levam para a casa milhões em dinheiro e outros 50 mil Francos CFA apenas”, assegurou o sindicalista, que entretanto, avançou que é urgente a definição  de uma nova tabela salarial reajustada para os trabalhadores guineenses.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *