O Secretário-geral da União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG – CS), Júlio Mendonça, pediu ao Ministério Público, em colabiração com a Polícia Judiciária, que investigue o Primeiro-ministro, Aristides Gomes, que acusou de ter comprado viaturas de luxo com fundos do tesouro público.
O sindicalista fez esta denúncia durante uma manifestação popular organizada pelas duas organizações sindicais do país (UNTG E CGST) esta quarta-feira, 01 de maio de 2019, para exigir do executivo a harmonização de salários dos servidores públicos e o pagamento de salários referentes aos meses de Março e Abril.
A marcha, que reuniu milhares de trabalhadores, teve início na retunda de Chapa de Bissau e percorreu toda a avenida principal (Combatentes da Liberdade da Pátria) e passando pela avenida “Osvaldo Vieira”, até a sede nacional da UNTG, onde os líderes sindicais proferiram discursos de confraternização para com os servidores públicos, nos quais prometeram prosseguir com a luta para exigir o aumento do salário mínimo para 100 mil francos CFA [152 euros].
“Sabem quantos carros de zero quilometros o Primeiro-ministro estacionou na sua casa, mas que não pagou com o seu salário, muito menos com os seus subsidios, mas sim com fundos do cofre de Estado? Usou fundos públicos para adquirir viaturas de luxo, porque diz que desta vez não sairá pobre do poder”, denunciou o sindicalista, que entretanto, pediu ao Ministério Público em colaboração com a Polícia Judiciária que investigue os “corruptos”, ou seja, os governantes que roubam fundos públicos.
Pediu ainda ao Supremo Tribunal de Justiça que crie condições de trabalho aos tribunais para julgarem os corruptos como também para aumentarem o colectivo de juizes na Vara Crime a fim de poderem julgar todos os processos de corrupção que ali se encontram.
“Temos apenas um coletivo que mesmo querendo, não conseguirá julgar todos os processos. Juízes já temos. Temos muitos jovens licenciados em Direito, por isso é chegado o momento de abrir concursos públicos para enquadrar novos juristas. Devem parar de colocar as pessoas nos serviços por via da janela ou baseando-se em relações de parentesco ou amizade como fazem os partidos políticos”, contou.
Explicou que doravante serão intransigentes com a entrada de pessoas na função pública na base de parentesco ou filiação partidária, por isso exige que o ingresso na função pública seja feito com base em concurso público.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S