Greve na função pública : CENTRAL SINDICAL ACUSA PM ARISTIDE GOMES DE ABUSO DE CONFIANÇA E DE MÁ FÉ

O Secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau – Central Sindical (CGSI-GB), Malam Ly Baldé, acusou esta terça-feira, 07 de maio de 2019, Aristides Gomes de abuso de confiança e de agir com má fé na resolução das reivindicações dos trabalhadores públicos.

Malam Ly Baldé revelou ainda em entrevista a´O Democrata, para abordar a situação de greve de três dias iniciada esta terça-feira pelos dois sindicatos (UNTG e CGSI-GB), que desde fevereiro que a Central Sindical entregou ao governo  de Aristides Gomes caderno reivindicativo, nunca este último se dignou sentar-se com a organização em causa para negociar com vista a encontrar soluções aos problemas que afetam a classe dos trabalhadores guineenses.

Na mesma entrevista, o sindicalista disse que os funcionários públicos não podem continuar a produzir riquezas para depois os governantes apropriarem delas em benefício próprio, ostentando viaturas de alta gama e residências de luxo, enquanto que os servidores públicos continuam a viver numa situação da pobreza extrema que dura eternidade.

Segundo Malam Ly Baldé, o governo não está interessado em sentar-se a volta da mesma mesa com sindicatos para negociar, devido à má gerência dos fundos públicos produzidos pelos trabalhadores guineenses em benefício pessoal.

“Entregamos caderno reivindicativo no passado 08 de fevereiro do ano em curso, mas o governo nunca se dignou sentar-se com os sindicatos e muito menos chamá-los para negociar como seus parceiros legalmente instituídos por lei, em regimes dos governos democráticos, como é o caso do nosso país e nem tão pouco deu soluções aos problemas dos trabalhadores elencados pelos sindicatos, portanto a única arma que nos assiste neste momento é ir para greve”, avisa.

Contudo, esclareceu que nem todas as organizações filiais da Confederação aderiram à greve decretada, devido autonomia financeira das instituições onde trabalham nomeadamente, sindicato de APGB, Serviços Aeroportuários e Aviação Civil. “Do resto, aderiram a cem por cento, funcionando apenas serviços meninos”.

UNTG: “GOVERNO NOS EMPURROU A RECORRER A VIA DE GREVE”

Por seu lado, o porta-voz da comissão negocial da greve da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), José Alves Té, informou que a UNTG entregou caderno reivindicativo ao governo desde passado mês de janeiro, mas nunca recebeu convocatório para discutir alguns pontos que estão elencados no caderno e no mês de abril avançou com pré-aviso de greve com 37 pontos em reivindicação.

José Alves Té disse, contudo, que nunca foi propόsito dos sindicatos irem para a greve, sendo última arma dos trabalhadores, mas devido a falta de mecanismos de resolução dos problemas foram empurrados a recorrer essa via como forma de fazer valer os seus direitos. Alves Té adianta neste particular que a comissão negocial de greve está disposta a sentar-se com governo assim que este solicitar os dois sindicatos e enfatiza que adesão é superior a 90%.

“Quero agradecer a todos os funcionários pela aderência porque afinal sentiram na pela a forma como estão a ser tratados e ganharam a consciência ao ponto de reivindicarem os seus direitos. Portanto quero informa todas as estruturas filiais da UNTG que adesão é superior a 90%”, concluiu.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A       

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