
Milhares de jovens militantes e simpatizantes das diferentes formações políticas que constituem a maioria parlamentar marcharam na manhã desta terça-feira, 14 de maio de 2019, para exigir do Chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, a nomeação do novo Primeiro-ministro indicado pelo partido vencedor das legislativas de 10 de março, neste caso, o PAIGC que através de alianças com outras forças políticas constituem uma maioria na Assembleia Nacional Popular.
A marcha que teve início no espaço verde de bairro ajuda e que reuniu milhares de jovens apoiantes destes quatro partidos, designadamente: PAIGC, APU-PDGB, PND e UM, visa exigir o Presidente da República no sentido de cumprir com a Constituição e demais leis do país. Os jovens marchantes marcharam lado a lado com os músicos para animar e proferir palavras de ordem. Exibiam dísticos e cartazes, onde se podia ler as seguintes frases: “JOMAV nomeia novo Primeiro-ministro”; “A paz só existe quando o povo é respeitado”; “Povo decidiu o caminho da estabilidade política nas urnas”.
Os jovens marchantes ocuparam uma faixa da estrada de avenida principal “Combatentes da Liberdade da Pátria” e até ao clube Sport Bissau e Benfica, depois seguiram pelas avenidas Francisco Mendes e Osvaldo Vieira, Rua Vitorino Costa e avenida Amílcar Cabral, seguindo direto para a Praça de Mártires de Pindjiguiti (Praça Mon di Timba), onde fizeram um comício para exigir a nomeação do novo Primeiro-ministro.
Dirigindo-se aos marchantes, o Secretário-geral da Juventude Africana Amílcar Cabral do PAIGC, Dionísio Pereira, explicou na sua intervenção que a iniciativa da promoção da marcha é para exigir que o Chefe de Estado nomeie o novo Primeiro-ministro e, consequentemente, a formação de um governo, porque conforme disse o povo já decidiu escolher o PAIGC nas urnas para que possa dirigi-lo e resolver os seus problemas sociais, nomeadamente: a educação, saúde, da função pública e da própria economia do país.

Assegurou que pediram aos dirigentes das quatro formações políticas para não permitirem nenhuma negociação, mas sim que seja exigido o cumprimento das leis, porque no seu entender, o país já saiu do período de transição em que se partilhava a governação.
“Já acabou a transição. É chegada a hora de respeitarmos as nossas leis por isso exortamos o Presidente da República de que não pode e nem deve desafiar este povo, porque o povo é muito mais forte do que ele”, referiu o jovem dirigente dos libertadores.
Responsável da Juventude da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Paulo da Silva, lamenta a situação em que se encontra o Presidente José Mário Vaz, que deixa ser manipulado pelo líder de uma formação política e que inclusive lhe dá ordens de nomear pessoas para exercer funções de Primeiro-ministro. No entanto, exigiu ao Chefe de Estado guineense que comece a cumprir com as leis da república, porque, segundo disse, não permitirão a instauração da ditadura no país.
Para o secretário-geral da Juventude da União para a Mudança (UM), Mustafa Fati, a nomeação do Primeiro-ministro, indicado pelo partido vencedor das eleições legislativas, não tem nada a ver com a questão da composição da Mesa do Parlamento.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche