
O Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G 15) exigiu ao executivo que desenvolva esforços para realizar um resenseamento eleitoral de raiz, credível e feito sob supervisão e direção de uma entidade independente, porque no seu entender, não pode ser o governo sozinho, muito menos qualquer outra entidade a conduzir todo o processo.
O maior partido da oposição guineense reagia assim, na voz do seu porta-voz, Djibril Baldé, ao anúncio do executivo através do ministério da Administração Territorial e da Gestão Eleitoral, de que iniciaria a correção dos cadernos eleitorais a partir do 17 de Agosto e que o processo decorreria até 15 de setembro.
O comunicado adverte o governo liderado por Aristides Gomes que não deve correr o risco de avançar com o processo de correção dos cadernos eleitorais.
“O risco é muito grande. Todo o dinheiro será pouco para assegurar as consequências desse risco. O MADEM não compactuará com esta situação, de modo algum”, advertiu para de seguida repudiar a decisão do executivo, porque no seu entender, a decisão de correção dos cadernos eleitorais é uma “provocação e mais uma fuga em frente do PAIGC e seu governo, na senda de continuar a fraude eleitoral verificada nas legislativas de 10 de março, e projetada para as presidências de 24 de Novembro”.
Assegurou ainda que por estas e outras razões, o governo liderado pelo Primeiro-ministro Aristides Gomes carece de credibilidade para conduzir o processo eleitoral bem como não oferece nenhuma garantia de transparência do mesmo.
“Este primeiro comunicado do governo, assinado pela ministra Odete Semedo, constitui a prova evidente e a ilustração destes factos e aponta para uma verdade: o processo que vai, do recenseamento à confeção dos cadernos eleitorais, deve ser organizado por uma entidade independente que integra representantes dos partidos políticos com assento parlamentar e eventuais candidatos da sociedade civil, do governo e da comunidade internacional”, explicou.

Baldé disse que no entendimento do seu partido, todo o processo eleitoral deve ser conduzido na perspectiva da prevenção de conflitos, da estabilização política pôs-eleitoral e da paz social na Guiné-Bissau.
Lembrou ainda que no processo do registo eleitoral paras as legislativas de março último ficaram por recensear mais de 300 mil potenciais eleitores, tendo frisado que o seu partido está convencido de que se houver um recenseamento “transparente e de boa fé” na base da observância das leis, poder-se-ia registar mais de um milhão de eleitores guineenses.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S