Dia de Mártires de Pindjiguite: GOVERNO PEDE AOS SINDICATOS PERÍODO DE GRAÇA DE UM ANO

O governo guineense através do ministério da Administração Pública e Modernização de Estado pediu as duas centrais sindicais (UNTG e CGSI-GB) um período de graça de pelo menos um ano, para permitir o “lançamento das bases sólidas” para a solução de todos os problemas que assolam a administração pública da Guiné-Bissau. O pedido do executivo foi feito pelo Inspector Geral da Administração Pública, que representou a ministra da Administração Pública e Modernização do Estado, Fatumata Djau Baldé, na cerimónia de homenagem aos marinheiros que perderam as suas vidas durante a reivindicação da melhoria de seus salários junto de patronato no período colonial, a 03 de Agosto de 1959. 

O Inspector-geral da Administração Pública, Augusto Alberto, justificou na ocasião que o pedido de graça solicitado aos sindicatos, ao recente empossamento do governo. A cerimónia de homenagem a mais de 50 marinheiros massacrados pelas forças coloniais em 1959, foi realizada pelo executivo através do Ministério da Administração Pública em colaboração com a União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB). 

A cerimónia começou com uma marcha de trabalhadores a partir da Praça dos Heróis Nacionais (Império) até à Praça de Mártires de Pindjiguiti (Mon di Timba), e coroas de flores foram depositadas  nos cais de Portos de Pindjiguiti.

GOVERNO QUER FAZER DA DÉCIMA LEGISLATURA UM GRANDE MARCO DE DESENVOLVIMENTO

Presidindo a cerimónia de comemoração do dia de mártires de Pindjiguite, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Porta-voz do Governo, Armando Mango, disse na sua comunicação que comemorar os 60 anos de massacre de Pindjiguiti deve significar para cada guineense um momento de celebração contratual com o próprio país que livremente o viu nascer. Aproveitou a ocasião na presença das organizações sindicais para reiterar a intenção do executivo em fazer da décima legislatura um grande marco do desenvolvimento e uma viragem estratégica do seu esforço colectivo de construir a paz e o progresso do povo guineense, bem como abrir uma nova página do relacionamento entre o governo e os sindicatos e os demais parceiros sociais para permitir uma sincronização de esforços aos todos níveis.

“Façamos de 03 de Agosto um grande momento e não só de evocação da memória dos nossos heróis de mártires de Pindjiguiti, mas também o de rotura com as tendências retrógradas do tribalismo e do regionalismo, pois nas lições enraizadas em Pindjiguiti ensina-nos que o que nos une como guineense é muito mais forte do que aquilo que nos pode separar”, aconselhou o governante.

UNTG: “NEM VAMOS CONCEDER UM MÊS E MUITO MENOS UM ANO DE PERÍODO DE GRAÇA”

Em reação ao pedido de graça feito pelo executivo, Secretário-geral da União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, disse na sua curta declaração aos jornalistas que é impensável sugerir aos sindicatos o período de graça de um ano, tendo frisado que nunca as partes chegaram de abordar o referido assunto durante as rondas de negociações realizadas.

“Nós não vamos conceder nem um mês e muito menos ainda um ano. Isso é impensável! O país já não tem condições de ficarmos a espera e a viver nas falácias do governo e deixar o servidor público a morrer. Ele só falou por falar, porque não tem enquadramento”, assegurou o sindicalista, para de seguida, avançar que no momento o que está se  discutir com o governo é o pagamento em prestações das dívidas que deve iniciar a partir deste mês de agosto, que é o pagamento de todos os funcionários das empresas públicas e também os próprios servidores públicos.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

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