
Três dos partidos políticos representados no parlamento, nomeadamente: o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné (APU-PDG), que não se fez representar por nenhum dos seus altos dirigentes, e os Movimentos de apoio às candidaturas de José Mario Vaz e Carlos Gomes Júnior protestaram esta quinta-feira, 05 de setembro de 2019, contra os trabalhos de correções das omissões nos cadernos eleitorais em curso no país.
A marcha pacífica teve início no espaço verde do Bairro d’Ajuda, na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria e seguiu até ao palácio do governo, exigindo respeito à lei eleitoral. Os marchantes tinham nos cartazes palavras de ordem como: “não ao recenseamento fraudulento, sim à atualização dos cadernos eleitorais, nô evita conflitu antis ku dipus di eleiçon, viva a paz, democracia e estabilidade”.
A Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné, uma formação política integrada no atual figurino governativo, não interveio, apenas a sua bandeira foi exibida durante a marcha. Quem também esteve ausente foi o candidato independente, Carlos Gomes Junior.
Em representação do MADEM-G15, Queba Djaité repudiou a atitude do governo e lembrou que lei eleitoral da República da Guiné-Bissau prevê apenas dois modelos de recenseamento, que é o recenseamento de raiz ou a atualização dos cadernos eleitorais.
Para o representante de Madem-15, o não respeito deste modelo implica “violação flagrante da lei”… Como está a acontecer com o atual governo e avisa que os partidos que estão representados nessa manifestação nunca admitirão uma ditadura neste país. Prometeu, no entanto, continuar a seguir o processo da droga apreendida em Caió e Canchungo, bem como as pessoas que supostamente estão implicadas nele (o processo). Sem apontar dedo e acusar pessoas em concreto, Queba Djaité deixou entender que se trata de uma manobra para facilitar a entrada de drogas no território nacional e relaciona o caso com a extinção do posto de controlo inter-urbano de Safim (corda de Safim).
O deputado da nação, Mário Fambé, em representação do Partido da Renovação Social (PRS), sublinhou que é preciso respeitar os instrumentos legais do país, e pediu ao governo que sustente, juridicamente as correções das omissões em curso no país.

O político disse ainda que é impossível andar, num país democrático como a Guiné-Bissau, fora das regras democráticas estabelecidas. Mário Fambé lembrou igualmente que volvidos 60 dias desde a tomada de posse do atual executivo, Aristides Gomes não foi capaz de apresentar até agora o Programa do Governo nem o Orçamento Geral do Estado, dois instrumentos fundamentais para a execução dos planos de governação.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche & Madem